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Cancro ginecológico: SPG reúne em Coimbra as várias especialidades envolvidas no tratamento

Coube à Secção de Ginecologia Oncológica da Sociedade Portuguesa de Ginecologia a organização da primeira reunião de 2017 da SPG, que decorreu em Coimbra, no último fim de semana. O objetivo foi, segundo a presidente daquela Secção, Cristina Frutuoso, a atualização de conhecimentos na área da Ginecologia Oncológica e a partilha de experiências.

Em entrevista à Just News, a especialista em Ginecologia Oncológica destacou que uma das preocupações foi que o programa da reunião incluísse todas as especialidades envolvidas no tratamento do cancro ginecológico, nomeadamente, a Ginecologia Oncológica, a Radioterapia e a Oncologia Médica, tendo em conta que aquele “exige uma abordagem multidisciplinar”.



Tiveram lugar sessões que incidiram sobre os quatro tipos de cancro ginecológico (colo, vulva, endométrio e ovários), permitindo aos participantes atualizar conhecimentos nessas áreas. Foram abordadas entidades mais raras, cuja orientação suscita mais dúvidas.

Houve espaço, ainda, para falar sobre a nutrição do doente oncológico, uma questão que, segundo Cristina Frutuoso, pode ser analisada através de vários ângulos: “Por um lado, pela importância que há em algumas modificações dos hábitos alimentares no que diz respeito ao risco oncológico e à atitude preventiva. Por outro, e para as doentes que já têm a doença instituída, há particularidades relevantes, como, por exemplo, os cuidados na preparação para a cirurgia ou com as doentes que estão a fazer quimioterapia ou radioterapia.”



Abordou-se, também, o tema “Cuidados paliativos no cancro ginecológico”. A esse respeito, e de acordo com a nossa entrevistada, existe ainda alguma dificuldade na canalização de situações de cancro ginecológico em fases avançadas para os cuidados paliativos.


“É indiscutível que tem havido grandes avanços em termos de tratamento, mas, infelizmente, sabemos que não conseguimos tratar muitas doentes que, por vezes, entram em situações graves e desesperantes para elas e para quem as trata”, mencionou.



“Não interessa dar vida sem qualidade”

Por outro lado, “porque há cada vez mais tratamentos, há doentes com doença disseminada vivas durante muito tempo e com complicações da doença e dos tratamentos a quem é preciso dar resposta e que representam uma fatia muito importante do nosso dia-a-dia”. Perante esta realidade, a especialista em Ginecologia Oncológica de Coimbra defende que é absolutamente pertinente que quem trata o faça bem, porque “não interessa dar vida sem qualidade”.

De salientar, igualmente, a apresentação dos resultados da Reunião de Consensos em Ginecologia Oncológica, que teve lugar em maio último e que deu origem a um documento intitulado “Consensos Cancro Ginecológico 2016”, que inclui as recomendações no que respeita ao diagnóstico e tratamento de cada um dos tumores ginecológicos.

 

Paulo Aldinhas, Cristina Frutuoso, Fernanda Águas e Henrique Nabais.

Ginecologia Oncológica poderá vir a aliciar mais médicos 


Na sessão de abertura do evento, Fernanda Águas, presidente da SPG, salientou que a área da Ginecologia Oncológica é muito vasta. “As doentes oncológicas são nossas doentes praticamente para toda a vida. São complexas e, por vezes, com muitas comorbilidades”, disse.

Dirigindo-se à audiência, a médica acrescentou que, “com o envelhecimento da população, esta área da especialidade de Ginecologia irá ter um acréscimo de doentes e, naturalmente, requerer mais atenção e esforço”. Afirmou ainda que, “provavelmente, muitos dos nossos colegas ginecologistas serão aliciados a trabalhar na área da Ginecologia Oncológica”.





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