CHUC inaugura Centro de Responsabilidade Integrado de Medicina do Sono

O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) já tem a funcionar o Centro de Responsabilidade Integrado (CRI) de Medicina do Sono, considerado "uma linha de serviço de excelência que é uma referência a nível nacional". 

Depois dos Centros de Responsabilidade Integrados de Cirurgia Cardiotorácica, de Psiquiatria e de Oftalmologia, "que foram pioneiros em Portugal, o CRI de Medicina do Sono é o primeiro a ser criado à luz da legislação de 2017", recorda o centro hospitalar.

É também salientado que os CRI são constituídos por equipas multidisciplinares, "integrando médicos, enfermeiros, assistentes técnicos, assistentes operacionais, gestores e administradores hospitalares e outros profissionais de saúde, de acordo com a área ou áreas de especialidade". O objetivo final? "Potenciar os resultados da prestação de cuidados de saúde, melhorando a acessibilidade dos utentes e a qualidade dos serviços prestados, aumentando a produtividade dos recursos aplicados, contribuindo para uma maior eficácia e eficiência."

O CRI de Medicina do Sono está localizado junto ao Hospital Geral (Covões) e o Conselho de Gestão é constituído por Joaquim Moita, médico especialista de Pneumologia, Rosário Velez Reis, administradora hospitalar, e Clara Santos, técnica superior de diagnóstico e terapêutica.

CRI de Implantes Cocleares

O CHUC tem também em fase final de aprovação o CRI de Implantes Cocleares cuja formalização ocorrerá no início do próximo mês de setembro.

Com a criação destes novos modelos, o CHUC aproveita para para sublinhar "o nosso compromisso com a inovação na organização e gestão de cuidados, a par da excelência na prestação de cuidados de saúde, no ensino e na investigação clínica e translacional em Portugal".

"Tratar a síndrome de apneia obstrutiva do sono retarda o envelhecimento"

Joaquim Mota, que também preside à Associação Portuguesa de Sono, destaca a importância desta nova estrutura no CHUC, dando o exemplo do impacto da síndrome de apneia obstrutiva do sono (SAOS): 

"A SAOS caracteriza-se por um quadro de sonolência, alterações cardiovasculares e neuropsiquiátricas, secundárias a episódios repetidos de aumento da resistência ou obstrução da faringe (esforço cardiorrespiratório, hipopneias e apneias) durante o sono, que provocam dessaturações e fragmentação do sono por despertares transitórios."

Joaquim Moita

Segundo o médico, a prevalência desta síndrome "(moderado a grave) nos homens varia entre 30% e 50%, consoante o método diagnóstico usado: estudo cardiorrespiratório ou polissonografia".

Quanto às mulheres, "só atingem estes valores após a menopausa". Em todo o caso, e "independentemente do sexo e do tipo de exame, a frequência e a gravidade do SAOS aumentam com a idade".

E acrescenta: "O tratamento de eleição do SAOS idoso é o gerador de pressão positiva (CPAP),  porque o número de apneias é, tipicamente, elevado e as alternativas terapêuticas (cirurgia ou dispositivos de avanço mandibular) são dificilmente aplicáveis. Segundo os nossos registos e nos estudos publicadoa, o idoso é aderente ao CPAP. Porventura, precisam de ensino e adaptação mais cuidadosa."

Contudo, se é certo que "o envelhecimento é um fator de risco para a doença", Joaquim Mota adverte que, por outro lado, "a SAOS é também um acelerador do envelhecimento" e desenvolve a ideia:

"Na doença estão presentes as marcas de envelhecimento celular (encurtamento dos telómeros, i.e., das extremidades dos cromossomas); perda da capacidade de reparar danos que o DNA vai sofrendo ao longo do tempo (instabilidade genómica), mitocôndrias disfuncionais; diminuição da capacidade de proliferação e diferenciação das células estaminais; senescência celular, entre outras."

Ou seja, "tratar a SAOS retarda o envelhecimento e as doenças que lhe estão associadas".

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