José Cunha-Vaz recebeu o mais prestigiado prémio mundial de investigação em oftalmologia

José Cunha-Vaz, professor catedrático emérito de Oftalmologia da Universidade de Coimbra e Presidente Honorário da Associação para Investigação Biomédica e Inovação em Luz e Imagem (AIBILI), acaba de receber o mais prestigiado prémio mundial de investigação em oftalmologia: o Helen Keller Prize for Vision Research.

As suas descobertas científicas, a partir dos anos 60, em Inglaterra, EUA e Portugal, influenciaram gerações de investigadores e tiveram um grande impacto na prática clínica.

O prémio foi atribuído em Seattle, EUA, pela Helen Keller Foundation, em conjunto com a BrightFocus Foundation, no decorrer do congresso da Association for Research in Vision and Ophthalmology (ARVO), que reúne mais de 10.000 especialistas em oftalmologista, de 75 países.

Trabalho nos EUA e criação de dois institutos científicos

José Cunha-Vaz foi nomeado diretor do Departamento de Oftalmologia da Universidade de Coimbra a partir de 1972 e, em 1979, foi convidado para ocupar o lugar de Professor de Oftalmologia e Diretor do Serviço de Retina da Universidade de Illinois, em Chicago, antes do seu regresso a Portugal em 1986.

Em 1994, criou dois Institutos dedicados à Investigação da Visão, o Instituto Biomédico de Investigação em Luz e Imagem (IBILI) e a AIBILI, este um centro sem fins lucrativos dedicado à investigação clínica.

Entre os mais diversos cargos, destaca-se o ser Editor Honorário da Ophtalmic Research e coordenador da Secção de Retinopatia Diabética e de Doenças Vasculares do European Vision Institute Clinical Research Network (EVICR.net).


José Cunha-Vaz

Uma vida de descobertas científicas

A carreira de José Cunha-Vaz fica marcada por diversas descobertas científicas usadas até hoje, como a localização anatómica e fisiológica, na década de 1960, da barreira hemato-retiniana, uma barreira que evita que substâncias químicas nocivas da corrente sanguínea entrem no olho (como no cérebro).

Descobertas fundamentais que vieram a ser confirmadas no cérebro e que estão na base da compreensão de doenças como o edema macular cistóide, neovascularização ocular, degenerescência macular e a retinopatia diabética.

A invenção da técnica de fluorometria vítrea, na década de 1970, levou à criação de um instrumento de diagnóstico, o Fluorotron Master, que permite quantificar, de forma não invasiva, as alterações da permeabilidade da barreira hemato-retiniana, que ocorre frequentemente em situações de formação de novos vasos sanguíneos anormais na retina. Foi ainda pioneiro na introdução da imagiologia multimodal do fundo do olho, nos anos 2000, combinando diferentes imagens para um diagnóstico mais preciso da retinopatia diabética e degenerescência macular da idade.

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