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«Ouvido 2016»: por uma melhor formação na área da reabilitação auditiva

“Ouvido 2016” é o nome do curso de reabilitação auditiva cirúrgica cuja primeira edição se realizou de 16 a 19 de novembro, em simultâneo no Hospital Lusíadas Porto (HLP) e no Hospital Lusíadas Lisboa (HLL), sob a coordenação dos otorrinolaringologistas António Sousa Vieira e Luísa Monteiro.



Luísa Monteiro, coordenadora de ORL do Hospital Lusíadas Lisboa, disse à Just News, à margem da sessão de abertura, que se pretende que este seja apenas o primeiro de muitos cursos, recordando como surgiu a ideia:

“Qualquer uma destas unidades – Porto e Lisboa -- está, neste momento, a desenvolver programas de reabilitação cirúrgica dos problemas auditivos e considerámos que estava na hora de produzirmos informação, não apenas para os médicos dos nossos serviços, mas também para os de fora.”

O curso surgiu da ideia de António Sousa Vieira, coordenador do Departamento de ORL do Hospital Lusíadas Porto, que Luísa Monteiro acolheu com agrado e prontamente aceitou.

“Atendendo a que os dois hospitais estão dotados de tecnologia de comunicação, resolvemos fazê-la em simultâneo nas duas unidades e, desta forma, conseguimos ser mais abrangentes”, mencionou Luísa Monteiro, acrescentando: “É o desejo de contribuirmos para a formação e maximizarmos a colaboração entre os dois serviços.”


António Sousa Vieira durante a reunião no Porto.

António Sousa Vieira referiu, entretanto, à Just News que a ideia de organizar o “Ouvido 2016” se deveu, sobretudo, ao crescente conhecimento sobre reabilitação auditiva e aos novos conceitos e indicações e aos modernos dispositivos para a reabilitação cirúrgica dos doentes com surdez, desde a ligeira à moderada e à surdez profunda.

“Tendo em conta que as unidades de Lisboa e do Porto têm todas as condições para fazer reabilitação e, dadas as excelentes relações entre ambas, pensámos que seria uma excelente oportunidade juntarmos esforços e maximizarmos o resultado, trabalhando em conjunto e mostrando que o Grupo Lusíadas Saúde é uno e não apenas um conjunto de unidades”, mencionou.

Além disso, segundo observou, uma vez que a evolução tecnológica tem sido muito rápida, é necessário haver uma atualização constante da comunidade científica acerca deste tema, razão pela qual está já programado o “Ouvido 2017”.


Reunião em Lisboa.

Na mesa de abertura estiveram, em Lisboa, Ezequiel Barros, presidente da Sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial, Carlos Martins, em representação da Direção Clínica do HLL, Pedro Mateus, administrador executivo, Cristina Quadrat, membro do CA, Luísa Monteiro e Conceição Monteiro, nova presidente da Associação Portuguesa de Otoneurologia.



No Porto, a mesa de abertura incluiu Artur Condé, presidente do Colégio da Especialidade de Otorrinolaringologia da Ordem dos Médicos, José Bento, administrador executivo do HLP, António Sousa Vieira e Filipe Basto, diretor clínico do HLP.



Esta primeira edição reuniu cerca de 130 participantes no total dos dois hospitais, entre médicos, técnicos, audiologistas, terapeutas da fala e educadores.

Está previsto que a segunda edição se realize de 9 a 11 de novembro de 2017.

 

Desafios da reabilitação auditiva

 

Quando questionada acerca dos principais desafios da reabilitação auditiva, Luísa Monteiro referiu que a primeira grande área a ser melhorada é a referenciação dos doentes a centros com capacidade de reabilitação.

“Esta é a nossa primeira luta, alertar os profissionais de saúde para as indicações da reabilitação auditiva cirúrgica, através dos implantes cocleares, dos implantes do ouvido médio, dos implantes ativos e dos osteointegrados”, frisou.



Segundo mencionou, as pessoas, entre os 60 e os 80 anos, que ouvem mal e cujas próteses auditivas já não são suficientes, desde que reúnam as condições para serem operadas, têm um ganho enorme em ser implantadas.

“A qualidade de vida e a interação social vão melhorar substancialmente, diminuindo a progressão para situações de demência, uma vez que continua a haver um estímulo intelectual, cognitivo e familiar”, justificou.

Outro desafio que Luísa Monteiro apontou é a dificuldade na formação cirúrgica e reabilitadora das equipas. “Neste momento, há um boom, e ainda bem, de centros médicos, tanto no Sistema Nacional de Saúde como nos hospitais privados onde há a possibilidade de praticar este tipo de cirurgias”, indicou.

E terminou: “São cirurgias sensíveis, precisas e nós estamos muito empenhados em contribuir para a formação dos médicos e das equipas de uma maneira formal.”




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