Cuidados de saúde diferenciados para crianças e adolescentes
Composto por cinco serviços (Pediatria Médica, Neonatologia, Cirurgia Pediátrica, Genética e Psiquiatria da Infância e da Adolescência), o Departamento de Pediatria do Hospital de Santa Maria (HSM) é dirigido por Maria do Céu Machado desde 2011, prestando cuidados de saúde a crianças e adolescentes dos zero aos 18 anos. Tem como missão “liderar de forma inovadora, com estratégias de melhoria dos cuidados de saúde à criança, através de atividade assistencial, formativa e de investigação”.
Além dos cincos serviços, o departamento inclui uma unidade autónoma de Cardiologia Pediátrica, cinco áreas funcionais comuns – Consulta Externa, Hospital de Dia, Unidade de Técnicas, Urgência Pediátrica e uma Unidade Móvel de Apoio Domiciliário --, dois núcleos (formação e investigação e apoio à criança em risco e à família) e três áreas de intervenção (educação pré-escolar e escolar, voluntariado, património e cultura). Integra, ainda, transporte inter-hospitalar pediátrico da região Sul, serviço social e serviço dietético.
Está integrado no Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN) que, com a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e o Instituto de Medicina Molecular, constituem o Centro Académico de Medicina de Lisboa (CAML), criado em 2010.
Conforme proposta da atual Comissão de Saúde da Criança e Adolescente, foi aprovada pelo presidente da ARSLVT já este mês a criação do Serviço médico-cirúrgico de Cardiologia Pediátrica.
A sua missão é ser um departamento “aberto, inovador, com potencialidade de evoluir de hospital terciário para centro de excelência que garanta a acessibilidade, promova a atividade de proximidade e que seja distinguido pela especialização e capacidade de investigação e docência”.
Uma das suas grandes ambições é a criação do centro de ambulatório pediátrico “Maria Raposa”, que permita os melhores cuidados, concentrando no mesmo espaço os hospitais de dia que fazem parte do departamento e atualmente funcionam no mesmo espaço físico do internamento.
A reportagem pode ser lida abaixo, na íntegra, em formato e-paper:
Serviço de Pediatria Médica
Celeste Barreto é diretora do Serviço de Pediatria Médica desde 2009. Em entrevista, a responsável relata que o serviço é constituído por 13 unidades funcionais, que incluem diversas especialidades e contam com equipas médicas especializados, com espaços próprios de internamento, respetivas consultas especializadas e hospital de dia.
Para a responsável, o facto de estar integrado num departamento e poder contar com o apoio de meios complementares de diagnóstico de última linha existentes no hospital “facilita muito a assistência atempada”, pois, não existe necessidade de as crianças e adolescentes serem transferidos para outros hospitais, o que, por sua vez, conduz a uma melhoria dos resultados.
Há áreas muito especializadas dentro do serviço, como por exemplo a patologia do sono, a transplantação renal e a unidade de cuidados intensivos, que envolve o seguimento de doentes altamente complexos.
A formação pré e pós-graduada é também uma das grandes apostas. O serviço acolhe não só internos de Pediatria, mas também de outas especialidades que procuram estágios parcelares – Neurologia, Pneumologia de Adultos, Imunoalergologia e Endocrinologia, por exemplo.
No futuro, pretende tentar que as unidades possam dar formação específica nas subespecialidades. Segundo a médica, já foram feitos estudos nas áreas da Nefrologia e da Medicina da Adolescência e estão também programados nas áreas da Imunoalergologia, Pneumologia e Infeciologia.
A acreditação também é uma meta, tendo o serviço sido auditado duas vezes. De acordo com Celeste Barreto, as exigências feitas para estes programas de acreditação não são simples, mas há áreas que o serviço tem potencialidades para desenvolver.
Por outro lado, ambiciona ser centro de referência regional para várias patologias. Além das doenças metabólicas, há propostas para centros de imunodeficiências primárias e centro regional ou de âmbito nacional da fibrose quística da Pediatria, juntamente com os adultos.
Aspira, ainda, poder vir a ter uma telemedicina. “Pensamos que podemos ser pilotos no projeto dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, usando a Plataforma dos Dados da Saúde, em que o médico num hospital consegue discutir um determinado doente que está noutra unidades hospitalar do país, discutindo os exames complementares com recurso a uma câmara.”
A equipa é constituída por 46 médicos, que estão ligados às várias áreas distribuídas pelas unidades. Em 2014, foram realizadas 37.692 consultas, internados cerca de 1600 doentes, foram feitas aproximadamente 5 mil sessões de hospital de dia (1400 doentes) e cerca de 40 mil exames complementares de diagnóstico.