KRKA

Opinião

«Diabetes na Medicina Interna: os novos desafios»


Joana Louro

Assistente hospitalar graduada de MI, CHO – Unid. Caldas da Rainha. Membro do Secretariado do NEDM. Acreditada em Diabetologia pela SPMI



O NEDM faz 30 anos! Sim: 30!! Já passou a loucura dos 18, ainda está longe da serenidade dos 50. Foram 30 anos que marcaram um percurso de maturidade, diferenciação científica, apoio à investigação e à formação de internos e especialistas.

Mas tem sido, sobretudo, um caminho de dignificação da Diabetologia, de elevação da diabetes dentro da Medicina Interna (MI) e de defesa de todos os internistas que se dedicam apaixonadamente a esta área, mas sobretudo de defesa de todas as pessoas que vivem com diabetes.

Ser médica não me define, mas certamente tem definido a minha forma de ser e de estar na vida. Mas ser internista define-me como médica. Foi uma escolha de convicção e paixão e, apesar de tudo, quase 20 anos depois, voltaria a fazer a mesma escolha.

A Diabetologia entra então na minha vida logo no inicio do internato, pela mão da minha orientadora, Dr.ª Manuela Ricciulli, mestre e verdadeiramente inspiradora, com quem partilhei o interesse e o entusiasmo pela Diabetologia. E, com o tempo, passou a ser a minha principal área de interesse e de investimento pessoal, numa simbiose perfeita de exigência científica e genuína paixão.

A diabetes na MI é sinónimo de NEDM, um dos núcleos mais antigos da SPMI. Como tal, o NEDM entrou na minha vida quase ao mesmo tempo que a diabetes, participando nas suas primeiras reuniões ainda como interna, com a apresentação dos meus primeiros trabalhos, onde cheguei mesmo a vencer o Prémio de Melhor Trabalho, em 2009, na IV Reunião Anual, na Figueira da Foz. Sempre foi uma preocupação do Núcleo a formação e motivação dos mais jovens.
 

Joana Louro

E o mundo mudou, a conceção de trabalho mudou, a sociedade e as pessoas mudaram, mas sobretudo o conceito de Saúde e de cuidados de Saúde mudou... A Medicina mudou! Ou melhor,
estão em constante mudança, num mundo altamente imprevisível. O paradigma da doença aguda tem vindo a ser progressivamente substituído pelo peso das doenças crónicas e o objetivo final é reduzir o impacto que a doença tem na vida da pessoa.

Até porque uma população mais saudável é um fator crítico para uma sociedade mais produtiva, sustentável e economicamente competitiva. Neste contexto, a diabetes -- paradigma da doença crónica – ganha impacto e importância.

E a mudança de paradigma no tratamento da DM2 não é mais que uma inevitabilidade num mundo em que as regras e as premissas mudaram. Nesta abordagem absolutamente holística da pessoa com diabetes, integradora e complementar, em que o indivíduo está no centro de qualquer decisão, a Medicina Interna terá um papel ainda mais determinante.

No fundo, é isto que os internistas fazem: são gestores do doente e da doença em todas as suas infinitas dimensões. A complexidade da doença e da sua abordagem global, junto com as novas exigências do tratamento farmacológico, conferem ao internista ainda maior protagonismo: estar no centro da gestão da pessoa com diabetes. Por isso, são mesmo enormes os desafios que se aproximam.

Muitos parabéns ao NEDM! E votos de um longo caminho de sucesso! Venham mais 30: com a mesma força e determinação! E com capacidade para perspetivar e construir o futuro, repleto de novos e (im)previsíveis desafios.



Artigo publicado na LIVE Medicina Interna Especial dedicada ao 30.º aniversário do NEDM, editada pela Just News.

seg.
ter.
qua.
qui.
sex.
sáb.
dom.

Digite o termo que deseja pesquisar no campo abaixo:

Eventos do dia 24/12/2017:

Imprimir


Próximos eventos

Ver Agenda