Opinião
Os Elos da Medicina Interna
Luís Campos
Presidente do XXI Congresso Nacional de Medicina Interna
Luís Campos
Presidente do XXI Congresso Nacional de Medicina Interna
Os Elos da Medicina Interna foi o tema que escolhemos para o XXI Congresso Nacional de Medicina Interna, que irá ter lugar em Vilamoura, de 29 a 31 de maio. A ideia dos elos remete para a nossa posição nuclear no hospital enquanto especialidade que coordena e articula a intervenção das outras, junto dos doentes que tratamos, nas urgências, nas enfermarias, nos cuidados intermédios, nos cuidados intensivos, nos hospitais de dia e nas consultas externas.
Evoca o nosso papel como líderes de equipas multidisciplinares e as pontes que fazemos com as outras profissões, tão importantes para os resultados que obtemos.
Enfatiza também a nossa vocação sintetizadora e a nossa capacidade de agregarmos outras áreas do saber, o que se reflete na presença de internistas em múltiplas comissões hospitalares. Lembra-nos ainda outras parcerias em que precisamos reforçar os nossos elos, como sejam as associações de doentes, os clínicos gerais e a academia.
Numa altura em que outros delimitam fronteiras para se afirmarem, parece-nos oportuno reafirmar que a nossa força reside na nossa capacidade para transpor fronteiras, construir pontes e estabelecer parcerias e que isso acreditamos ser a melhor forma de fazermos bem aos nossos doentes.
Na elaboração do programa, penso que conseguimos encontrar um equilíbrio entre temas clínicos, dando destaque aos núcleos de estudo da Sociedade Portuguesa da Medicina Interna (SPMI), com temas orientados para os internos (temos atualmente mais de 1000 internos), de pendor mais formativo e outros relacionados com o tema do congresso. Teremos assim, pela primeira vez, quatro salas a funcionar em simultâneo, cada uma delas dedicada a um destes tracks específicos.
Vamos levar ao congresso temas de grande atualidade, apresentados por alguns dos melhores palestrantes nacionais e internacionais, de forma a captar a atenção de todos, desde os internos mais jovens até aos assistentes mais seniores, desde o início até à última hora do congresso. Recordo que vamos ter entre nós os líderes da Medicina Interna de Cabo Verde, Angola, Moçambique, Brasil, Espanha, Estados Unidos, o presidente da European Federation of Internal Medicine, da Associação Mundial de Educação Médica, da International Foundation for Integrated Care, líderes europeus na área da segurança dos doentes, da geriatria e das doenças raras.
Vamos abrir com uma conferência do Dr. Donald Berwick, um dos líderes mundiais mais carismáticos da qualidade em Medicina e dos principais inspiradores do Obamacare e encerrar com uma conferência de Lord Nigel Crisp, que foi responsável do NHS durante oito anos e editor do recente relatório “Um Futuro da Saúde”, publicado pela Fundação Gulbenkian. Consultem o programa no site da SPMI.
Temos também o maior número de cursos pré-congresso de sempre e uma novidade: só haverá posters eletrónicos, o que poupará muita despesa.
Estamos apostados também em que este congresso se torne de referência para a Medicina Geral e Familiar. Os colegas de MGF poderão encontrar temas do seu interesse em 100% da duração do congresso, ao contrário do que acontece nos congressos das outras subespecialidades.
Vamos ter o patrocínio da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar e preletores e moderadores de MGF. Gostaríamos que os outros profissionais que constituem as equipas multidisciplinares dos nossos serviços viessem também ao nosso congresso, com destaque natural para os enfermeiros, que terão uma sessão que lhes será inteiramente dedicada.
Pedimos a todos que participem, tragam os vossos trabalhos, venham para estar e venham quase todos, foi para isso que deslocámos o congresso mais para dentro do fim de semana. Vamos tornar o congresso de 2015 um espaço de formação, de atualização, de discussão, de encontro e de afirmação da Medicina Interna. Vamos rasgar os horizontes do futuro para a Medicina Interna!
Artigo publicação na 1ª edição de LIVE Medicina Interna.