«A escolha desta especialidade foi uma das melhores decisões da minha vida»

Tem início esta segunda-feira o V Congresso Nacional dos Médicos de Saúde Pública. Para Ana Lúcia Figueiredo, presidente da Comissão Organizadora, a realização deste importante evento anual de Saúde Pública, "é, sem dúvida, um desafio importante, mas facilitado pelo facto de haver trabalho feito em anos anteriores".

"Foi uma das melhores decisões da minha vida"

Em entrevista à Just News, Ana Lúcia Figueiredo explica como surgiu o seu interesse pela Saúde Pública, lembrando que a circunstância de, “na altura, ser um curso com emprego garantido” também ajudou a decidir! Entretanto, embora residisse na região de Leiria, decidiu ir estudar para o Porto. E a opção pelo ICBAS aconteceu por lhe dizerem que ali se “promovia muito a investigação”, o que lhe agradava.

Quando chegou o momento de decidir qual a especialidade, e pondo de parte a área cirúrgica, acabou por optar por Saúde Pública, cujo internato, iniciado em 2016, seria feito na Unidade de Saúde Pública (USP) do então ACES Porto Oriental. Curiosamente, tinha dispensado, no Ano Comum, o estágio de duas semanas em SP, preferindo ter prolongado o de MGF!


Ana Lúcia Figueiredo 

Afirma, sem hesitações, que a escolha da especialidade de Saúde Pública “foi uma das melhores decisões da minha vida”! Não consegue, aliás, deixar de recordar os tempos que se viveram no ano em que fez o exame final da especialidade, adiado de março para junho de 2020 por imposição da pandemia por COVID-19. “Tivemos a possibilidade de desenvolver, nessa altura, um trabalho muito interessante”, frisa.

Ana Lúcia Figueiredo teve a possibilidade de escolher o local para onde foi trabalhar, um dos cinco polos da USP do ACES do Baixo Tâmega, o de  Amarante. Transitaria posteriormente para o polo de Marco de Canaveses, onde se mantém, agora fazendo parte integrante da estrutura que constitui a ULS do Tâmega e Sousa.

A médica esclarece que a divisão da USP por polos naquele ACES, correspondendo cada um deles a um concelho distinto, “foi uma opção tomada tendo em conta as especificidades desta área geográfica, que é extensíssima, e também por questões logísticas infraestruturais”.

“Agora, com a constituição da ULS do Tâmega e Sousa, a estes concelhos vêm juntar-se os dos antigos ACES Vale do Sousa Norte e Vale do Sousa Sul, o que representa, sem dúvida, um grande desafio. Não sabemos ainda exatamente como as coisas vão funcionar em termos de organização do serviço de Saúde Pública, desde logo porque somos muitos profissionais e estamos geograficamente bastante dispersos”, observa Ana Lúcia Figueiredo.

“Um desafio importante, mas facilitado pelo trabalho feito em anos anteriores”


A nossa entrevistada descobriu a existência da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública durante o internato, mas só se tornou associada já enquanto especialista, na segunda metade de 2020. O convite para fazer parte da Direção surgiu logo no ano seguinte, por ocasião do II Congresso da ANMSP, realizado em Amarante. Foi-lhe proposto que assumisse as funções de tesoureira, cargo que, aliás, já desempenhara na Comissão de Médicos Internos de Saúde Pública da Zona Norte.


“Acho que consegui contribuir de acordo com o que era esperado, para além de considerar que a participação na Associação também constituiu um bom momento de crescimento pessoal”, refere, em jeito de balanço. Note-se que Ana Lúcia Figueiredo é um dos elementos da Direção presidida por Gustavo Tato Borges, cujo mandato de três anos termina no final de 2024.

Foi após o IV CNMSP, que decorreu o ano passado em Viseu, que a médica foi confrontada com a ideia de presidir à CO do CNMSP 2024, marcado para Torres Vedras e que está a decorrer entre os dias 30 de setembro e 2 de outubro.

“É, sem dúvida, um desafio importante, mas facilitado pelo facto de haver trabalho feito em anos anteriores e, para além disso, porque eu tenho uma equipa com a qual sei que posso contar. No fundo, o meu papel tem sido o de pôr a engrenagem a funcionar!”, reage a nossa interlocutora.



A mesa da sessão de abertura está desenhada, estando prevista a presença da secretária de Estado da Saúde, Ana Povo, da diretora-geral da Saúde, Rita Sá Machado, da presidente da CM de Torres Vedras, Laura Rodrigues, e da coordenadora da USP da ULS do Oeste, Ana Cristina Pecante.

Para a sessão que marcará o encerramento dos trabalhos, dois dias depois, foram convidados, nomeadamente, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, a presidente da Comissão de Saúde da Assembleia da República, Ana Abrunhosa, e a presidente do CA da ULS do Oeste, Elsa Baião.

De referir que o programa do V CNMSP inclui quatro sessões plenárias, intituladas: “Serviços de SP num Sistema de Saúde em mudança”; “Vacinação – abordagem ao longo do ciclo de vida”; “Inteligência artificial ao serviço da SP”; e “Desafios no exercício de autoridade de saúde”.

As sessões paralelas são cinco: “One health”; “Determinantes comerciais”; “Rastreios de base populacional”; “Estratificação da população pelo risco”; e “Envelhecimento ativo”.

Ana Lúcia Figueiredo destaca a presença de um convidado estrangeiro: Michele Cecchini, diretor da Unidade de Saúde Pública da OCDE, que proferirá uma palestra sobre “Programar e avaliar em Saúde Pública”.



A entrevista pode ser lida no Jornal Médico dos Cuidados de Saúde Integrados de setembro.

Imprimir


Próximos eventos

Ver Agenda