Laringe: Médicos internos focados em «destrinçar as várias dimensões de patologias»
A patologia laríngea tem uma grande incidência dentro das suas diversas dimensões, é muito vasta, específica e coloca vários desafios ao otorrinolaringologista, o único especialista que trata a laringe. Por estas razões, foi a temática escolhida para a Reunião do Interno ORL 2017, que se realizou no último fim de semana de setembro, na Batalha.
“O grande desafio desta área talvez esteja relacionado com a ‘organização mental’ do otorrino na forma como deve abordar um caso de laringe, ou seja, destrinçar as várias dimensões de patologias que existem neste órgão e saber a especificidade de cada um dos seus tratamentos”, refere Ricardo Guedes Damaso, presidente da Comissão de Internos da Sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial e um dos responsáveis pela organização da reunião.
A moderação da primeira mesa redonda do programa, intitulada "Patologia inflamatória/infecciosa", esteve a cargo de Nuno Trigueiros
Explicando a complexidade desta vasta área, o interno do 5.º ano de ORL do Centro Hospitalar Lisboa Central indica que este tipo de patologia "tem diversos níveis de gravidade" e pode manifestar-se desde a infância até à terceira idade.
“A patologia laríngea precisa de uma abordagem sistematizada, de uma observação minuciosa e de um plano terapêutico bem definido. É importante que os otorrinos percebam quais os seus limites e saibam quando pedir ajuda ou referenciar algum caso que ultrapasse os conhecimentos científicos e técnicos de determinada patologia”, afirma.
Acesso a informação sobre "tratamentos mais dirigidos"
Quanto à Reunião do Interno ORL 2017 propriamente dita, Ricardo Guedes Damaso salienta que “correu muito bem”. Na sua opinião, a iniciativa permitiu "facilitar a aprendizagem e a evolução dos conhecimentos, tanto de médicos internos como de membros seniores presentes, provenientes dos mais diversos hospitais do país".
“A reação que tive por parte dos internos é de satisfação. Consideram ter sido um encontro muito profícuo, onde tiveram oportunidade de esclarecer dúvidas e onde puderam ter acesso a informação com a qual não tinham tido contacto no seu hospital, como doenças mais específicas e tratamentos mais dirigidos”, menciona.
Participantes com boa disposição e empenhados na "evolução dos conhecimentos"
Apresentações de trabalhos "com impacto"
Além das mesas-redondas com temas científicos ligados à patologia laríngea, da inflamatória/infeciosa à pediátrica, passando pela benigna e pela maligna, Ricardo Guedes Damaso faz referência ao workshop “Apresentações com impacto” -- cuja formadora foi a psicóloga Eugénia Raimundo -- como “um ponto muito positivo” da reunião.
“Houve muita discussão por parte dos participantes, momentos de descontração, mas também de reflexão sobre o que estamos a fazer de errado e o que temos de alterar para que as nossas apresentações tenham o impacto que pretendemos junto da plateia”, indica.
"Uma avaliação cada vez mais justa"
Outro ponto de grande interesse foi a intervenção de Artur Condé, presidente do Colégio da Especialidade de ORL de Ordem dos Médicos, que falou sobre os critérios de avaliação do exame de saída da especialidade. “Foi a primeira vez que tal aconteceu e acredito que vai, com certeza, ajudar os internos a orientarem o seu curriculum vitae e a organizarem-se para o exame”, diz Ricardo Guedes Damaso, concluindo ter sido uma sessão de grande importância para todos os internos.
“Estamos muito agradecidos pelo Dr. Artur Condé nos ter falado sobre este assunto e por ter dado a oportunidade de colocarmos dúvidas e apresentarmos sugestões, para podermos todos caminhar para uma avaliação cada vez mais justa”, afirma o presidente da Comissão de Internos da SPORL.
As boas vindas aos participantes da reunião foram dadas por Ezequiel Barros, presidente da Sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (SPORL). Foi igualmente o médico, que é diretor do Serviço de ORL do Centro Hospitalar Lisboa Central, tendo o especialista encerrado o evento, que contou com o apoio da A. Menarini Portugal.
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