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ACES Douro Norte tem uma prevalência de diabetes diagnosticada superior à média nacional

Estudos recentes concluíram que o ACES Douro Norte, que inclui o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), tem uma prevalência de diabetes diagnosticada na ordem dos 8,2%, um valor acima da média nacional, que se situa entre 6,5% e 6,7%.

Os dados foram avançados por Paulo Subtil, coordenador da Unidade Integrada da Diabetes (UID) do CHTMAD, à margem da 2.ª Reunião Extraordinária do Núcleo de Estudos da Diabetes Mellitus (NEDM), subordinada ao tema “Diabetes e fígado”, e em cuja organização esteve envolvido.



O médico adiantou que podem existir duas causas para esta situação. A primeira relaciona-se com o facto de haver mais doentes diagnosticados. A segunda prende-se com o envelhecimento da população. “Sabemos que a diabetes tipo 2 tem uma prevalência mais alta em idades mais avançadas e nós somos uma região mais envelhecida”, justificou.

Segundo disse, os políticos, ao terem conhecimento destes números, julgaram que, se a média nacional de prevalência da diabetes é 13%, os 8,2% seriam um valor positivo. Contudo, não repararam que este número diz respeito apenas aos casos diagnosticados.

Questionado sobre o que se deve fazer para controlar a diabetes, o internista afirmou ser necessário estar mais atento e apostar na formação dos indivíduos. Além disso, considera importante prevenir o aparecimento da doença através de dicas fundamentais que começam na escola pré-primária, contando com o apoio de juntas de freguesia, escolas, autarquias, sociedades civis e clubes desportivos, entre outas instituições.

Paulo Subtil defende que também é necessário estar atento ao diagnóstico precoce de alterações minor, que podem passar pela obesidade infantil e pré-diabetes. “Muitas vezes os valores minor são negligenciados pelos próprios técnicos de saúde”, mencionou, acrescentando que depois é preciso implementar medidas de controlo de vigilância epidemiológica através de programas regionais.



Sobre o tema da reunião, o coordenador da UID do CHTMAD afirmou que a escolha se deveu ao facto de ser transversal às áreas de alguns dos núcleos que constituem a Medicina Interna, nomeadamente da Diabetes e da Hepatologia.

“É um tema preocupante porque é limitante em várias áreas, nomeadamente no diagnóstico, no prognóstico, na morbilidade, na terapêutica e na falta de conhecimento, quer por parte dos hepatologistas em relação à forma de tratar estes doentes, quer por parte dos diabetologistas sobre a incidência da patologia hepática que estes doentes acarretam, assim como a não compreensão a que muitos destes problemas estão associados”, frisou.

De acordo com Paulo Subtil, estima-se que 30% dos doentes com patologia hepática têm diabetes. No entanto, referiu, “existem provavelmente mais diabéticos com patologia hepática, uma vez que a doença se inicia desde as alterações minor”.

Por outro lado, os doentes com hepatite C têm maior predisposição para a diabetes do que os que sofrem de hepatite B devido a alterações intrínsecas do próprio genoma vírico e outras situações.

Adicionalmente, a incidência do cancro do fígado é mais frequente nos diabéticos, assim como a cirrose, sendo esta última considerada a quarta causa de morte dos doentes diabéticos.



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