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Formação em Anestesiologia com simulação: novo projeto permite dar «saltos de qualidade»

“A formação, pós-graduada e contínua, é a prioridade máxima do Colégio da Especialidade de Anestesiologia da Ordem dos Médicos”, segundo o seu presidente, Paulo Lemos.

O responsável participou recentemente na cerimónia de abertura do Curso de Emergências Anestésicas - módulo I, a primeira sessão de um plano de formação com simulação criado pelo Colégio, que teve lugar no Centro de Simulação Biomédica (CSB) de Coimbra.



Adesão de todos os centros de formação

“A formação que promovemos abrange todos, desde os internos aos especialistas”, referiu o médico, a propósito deste projeto ambicioso, frisando a sua importância "numa fase de sedimentação de conhecimentos, de reaprendizagem e de renovação, numa fase mais avançada".

Paulo Lemos faz questão de salientar o papel dos centros de formação, que, como o CSB de Coimbra, colaboram com o Colégio nesta iniciativa, salientando: “Os verdadeiros obreiros deste projeto são os centros de formação. Conseguimos que todos os que existem no país aderissem.”
 


"Conseguimos dar saltos de qualidade"

No arranque do curso, que teve início o mês passado, o responsável esclareceu que o plano de formação, intitulado “Simulação médica ao serviço da formação pós-graduada em Anestesiologia”, prevê a realização de 10 cursos de simulação para os 5 anos de Internato.

E lembrou: “É à custa da formação que conseguimos dar saltos de qualidade na prestação dos cuidados de saúde e na imagem da Anestesiologia.”

Referiu ainda o prestígio que os anestesiologistas portugueses têm na Europa, tendo mencionado que "só em 2017 passaram 100 anestesiologistas no Exame Europeu da especialidade".

Ao usar da palavra, Fernando Regateiro, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, salientou a necessidade de criar carreiras médicas e estratégias de fixação em Portugal dos especialistas nacionais, "dando-lhes perspetivas para o futuro".

“É importante que os nossos especialistas saibam o que lhes vai acontecer daqui a cinco ou 15-20 anos. E, também, que cada um seja bem remunerado pelo trabalho que faz bem, que seja avaliado e recompensado se faz melhor, se é mais dedicado, se faz mais formação”, mencionou.

Fernando Regateiro aproveitou ainda a oportunidade para salientar que o CHUC se caracteriza pela "elevada diferenciação e pela capacidade para tratar complexidades".


Paulo Lemos, Mafalda Martins, Lubélia Pegado, Fernando Regateiro e Francisco Maio Matos

Na cerimónia de abertura intervieram, também, Francisco Maio Matos, coordenador executivo do CSB, Mafalda Martins, coordenadora pedagógica do CSB, e Lubélia Pegado, diretora do Serviço de Anestesiologia do CHUC e do CSB de Coimbra.

 

“Atingir o máximo de capacidade de retenção dos conhecimentos”

À margem do curso, Mafalda Martins explicou à Just News que 15 dias antes da realização do curso foi enviada bibliografia aos formandos para estudarem em casa. Depois, durante os dois dias em que decorreu a ação, os participantes foram sujeitos a vários cenários de simulação, integrando as diferentes temáticas, permitindo atuar em conformidade.



A coordenadora pedagógica do CSB acrescentou que, depois de cada momento formativo, "foi feito um debriefing, uma conversa estruturada, que permite alterar no futuro o desempenho das equipas com resultados bastante positivos em termos de demonstração científica".

Em cada uma dessas conversas foi abordada a parte prática/técnica e trabalhada também a parte não técnica, "ou seja, a comunicação entre os vários elementos, a seleção das prioridades, a liderança e outros aspetos relacionados com o trabalho de equipa".



 “Através desta forma de ensino, com recurso a simuladores e com situações muito próximas das reais que nos permitem por em prática os conhecimentos teóricos, conseguimos atingir o máximo de capacidade de retenção dos conhecimentos e a capacidade máxima de ensino, contribuindo para a segurança do doente”, disse.



O curso contou com a participação de 16 formandos, tendo sido ministrado por seis especialistas do Serviço de Anestesiologia do CHUC, apoiados por internos em fase avançada da sua formação específica de Anestesiologia.

Na opinião de Mafalda Martins, este programa de simulação desenvolvido pelo Colégio é extremamente “importante e inovador”. “É uma forma de garantir a segurança do doente e melhorar a nossa forma de ensino”, mencionou, acrescentando que o número limitado de formandos permite garantir que todos atinjam os objetivos.

A médica lembra que existiam já em vários centros de simulação programas formativos destinados ao internato de Anestesiologia com recurso à simulação. O Centro de Simulação Biomédica desenvolveu desde 2008, um plano formativo (Plano Pedagógico Nacional), que pretendia formar os internos de Anestesiologia de todo o país, que dá lugar a este projeto “inovador e aglutinador” do Colégio da Especialidade.



10 anos de treino de equipas multiprofissionais e multidisciplinares

O CSB de Coimbra, criado em 2008, foi o primeiro centro compreensivo de simulação biomédica num hospital público e universitário português, recorda Francisco Maio Matos, coordenador executivo do CSB. Um projeto que alia as “melhores tecnologias médicas e educativas disponíveis com boas práticas de saúde através de simulação médica"."

Em declarações à Just News, o especialista refere que, “quando foi criado, este centro marcou o início do treino de equipa multiprofissional e multidisciplinar em Portugal".


Francisco Maio Matos interveio igualmente na abertura do projeto de formação

Segundo o responsável, o desempenho clínico assenta em três eixos fundamentais: conhecimento, capacidade técnica e desempenho comportamental. “A simulação tem impacto em cada uma destas componentes individuais, sendo também o único recurso educacional para treinar a equipa.”


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