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Apostar em taxas sobre alimentos menos saudáveis e aumentar a literacia em saúde

Teresa Rodrigues, da Associação Portuguesa dos Nutricionistas (APN), foi uma das convidadas especiais da apresentação da 1.ª edição do Observatório da Nutrição e Alimentação em Portugal (ONAP). Em declarações à Just News, considera que “a Economia interfere, de forma inevitável, na escolha dos produtos alimentares a consumir e que as taxas em alimentos menos saudáveis devem ser acompanhadas de outras medidas."

Na sua opinião, "taxar estes alimentos é importante, mas também é preciso aumentar a literacia em saúde, porque as pessoas podem ler os rótulos, mas sem entenderem o que lá está escrito e o que essa informação significa para a sua saúde.”

Quanto às parcerias público-privadas (PPP), realçou que podem fazer a diferença. “As PPP não têm de ser algo mau, veja-se o caso de uma cadeia de fast-food que passou a ter sopa, salada e fruta.” E continua: “Não se está habituado a ver entidades de saúde associadas a certas marcas, mas o ideal é ver-se quais as mais-valias que se podem tirar dos agentes económicos, como forma de ajudarem na mudança de comportamentos. Eles próprios, graças a estas parcerias, veem-se obrigados a alterar a oferta.”

A nutricionista sublinhou ainda a importância da monitorização dos outputs das medidas implementadas em Nutrição e Alimentação, na fase final e no decorrer do processo. “Estas são as indicações do último parecer da OMS sobre as taxas a aplicar neste setor. Medidas isoladas não levam a bons resultados.” Teresa Rodrigues apontou ainda para a necessidade de se olhar para as populações mais desfavorecidas, “junto das quais é preciso ter em conta o impacto das medidas fiscais, que podem levar a um maior consumo de produtos pouco saudáveis.”



Pedro Graça, diretor do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da Direção-Geral da Saúde (DGS), foi o segundo convidado especial. O responsável referiu à Just News que, quanto a políticas de saúde para a Nutrição e Alimentação, Portugal está sincronizado com a restante Europa.

Atualmente, no seu entender, é “preciso refletir sobre qual será o melhor modelo que vai levar os consumidores a mudarem os seus hábitos.” Para o responsável, o ponto mais inovador que se impõe hoje nas políticas de saúde na Nutrição e Alimentação “é avaliar as escolhas do consumidor, porque muitas vezes existe o conhecimento teórico, mas, na prática, continua-se a comprar produtos menos saudáveis.”



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