Atrair jovens médicos para o Algarve «é uma questão de sobrevivência»

Joaquim Ramalho, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Algarve (CHA), quer atrair jovens especialistas para o Algarve e afirma que criar condições aliciantes para os novos médicos é um “desígnio estratégico” da instituição que lidera.

“Se os médicos internos que hoje nos visitam decidirem vir para cá não se arrependerão e a região agradecerá. Para nós, é uma aposta estratégica atrair os mais jovens e é um terreno que queremos semear, até porque é também uma questão de sobrevivência”, disse o presidente do CHA na sessão de abertura das V Jornadas do Internato Médico do Algarve (JIMA), que decorreram em Faro, em instalações da Universidade do Algarve, entre os dias 29 de junho e 1 de julho.



O gestor hospitalar elogiou ainda o “ambiente muito estimulante” do evento “onde se prepara o futuro da medicina nacional”, reconhecendo que a região do Algarve tem de se desenvolver, de modo a acompanhar as necessidades da população a que presta cuidados.

“A formação e a investigação são um motor poderoso de desenvolvimento e nós queremos ser referência no SNS, assumindo um papel de relevo não só junto da população algarvia, mas alargando a nossa área de influência também à população de todo o Sul do País”, adiantou Joaquim Ramalho, frisando que só essa ambição poderá “quebrar o ciclo de subdesenvolvimento” instalado na região.



Nuno Bernardino Vieira, diretor do Internato Médico do CHA, concordou que estas Jornadas são já um "marco da formação na área médica do Algarve" e deixou igualmente o desejo de que possam trazer até esta zona do país mais especialistas qualificados.



“Dispomos de infraestruturas, temos muitos doentes e muito trabalho pela frente. Há vontade de crescer, por isso, contamos com a força dos internos para melhorar os cuidados de saúde da região e estamos de braços abertos para vos receber”, afirmou Nuno Bernardino Vieira.

As JIMA são “organizadas por e para internos”, assumindo a Comissão Organizadora tratar-se do "único evento do país a reunir internos de formação específica das especialidades hospitalares e dos cuidados de saúde primários". Tendo como objetivo a integração das várias especialidades médicas, tanto hospitalares como extra-hospitalares, o encontro oferece ainda aos participantes a possibilidade de conhecerem as várias especialidades disponíveis antes de fazerem a sua escolha.

Ana Sofia Moreira, vice-presidente das JIMA, reforçou que o evento tem vindo a ganhar dimensão e pretende demonstrar que no Algarve se pratica medicina de qualidade.



Já Pedro Alves, membro da organização e representante da Comissão de Internos de MGF do Algarve, destacou a singularidade do evento, que “integra cuidados de saúde a um nível transversal, englobando os cuidados de saúde primários e secundários, mas também regiões e caras de todo o país”.

A edição JIMA 2017 foi a mais participada de sempre, registando 300 inscritos, para além das seis dezenas de elementos que integraram a Comissão Organizadora. De destacar, relativamente ao programa, o tema da inovação e investigação em Medicina, ou a palestra subordinada ao tema “Futuro da Medicina”, que teve como orador o bastonário da Ordem dos Médicos.  

Miguel Guimarães seria também um dos protagonistas de um debate que teve lugar ao final da tarde de sexta-feira e que, para além do presidente do CA do CHA, teve a participação do presidente da ARS Algarve e de representantes dos sindicatos médicos, entre outros responsáveis.


Joaquim Ramalho, Sofia Rocha, Miguel Guimarães, Ana Sofia Moreira, José Sousa e David Dias.

Podem ser consultadas mais fotos das JIMA 2017 na Galeria de imagens.






Hospital Público é uma publicação da Just News, de periodicidade mensal, particularmente dirigida aos profissionais de saúde das unidades hospitalares do SNS, incluindo as de gestão privada.

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