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A aposta nos Centros Académicos Clínicos tem «apoio inequívoco» do Presidente da República

Na sessão de inauguração do I Congresso de Investigação em Medicina das Escolas Médicas Portuguesas, organizado pelo Conselho das Escolas Médicas Portuguesas (CEMP), em Coimbra, o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa relembrou o notável caminho que a Medicina portuguesa e o ensino nesta área registaram em mais de 40 anos de democracia, mas revelou que espera mais e que, ultrapassado o período de crise, é tempo de recuperar o investimento destinado ao ensino e à investigação clínica.

Marcelo lembrou que, em democracia, a saúde e o seu ensino conheceram avanços notáveis, dando o exemplo da restruturação dos cuidados primários, o relacionamento com novos centros de pesquisa e de prestação hospitalar, a inserção do SNS, assim como a internacionalização do ensino e o aumento de qualificações.



Agora, frisou, ”é tempo de apostar nos centros académicos clínicos ou realidades afins, aposta que terá o apoio inequívoco do PR e que deve assentar na já prometida conjugação das duas entidades tutelares: Ministério da Saúde e Ministério da Tecnologia e Ensino Superior”.

Perante o secretário de Estado adjunto e da Saúde, Marcelo Rebelo de Sousa incitou ainda a que se promova um pensamento estratégico a longo prazo, mais próximo de uma visão institucional e distante de interesses pessoais ou de ciclos eleitorais.

O Chefe de Estado sublinhou que "é imperioso estabelecer estruturas que perdurem no tempo mais do que as pessoas que as criam, dada a necessidade de estabilidade e de forma a que as pessoas saibam o quadro institucional em que desenvolvem a sua atividade".



“Este é o momento para se ir mais longe no conhecimento e Portugal planear num prazo mais além do que uma legislatura”, afirmou, acrescentando que, com a saída da crise, é tempo de retomar as expectativas de viragem do século, "recomeçar o percurso iniciado por Mariano Gago e levar mais longe a estimulante saga dos criadores no campo da Medicina”.



A terminar a sua intervenção, o Presidente da República lançou um desafio aos jovens estudantes que encheram o auditório do Polo das Ciências da Saúde: “Portugal aposta em vós! Espero que isso esteja presente no vosso espírito e que aqui se criem as condições para o vosso projeto ao serviço de Portugal.”

Saúde e investigação de mãos dadas 




Ainda antes da intervenção presidencial, e numa mesa em que esteve também presente Duarte Nuno Vieira, diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), Maria Amélia Ferreira, coordenadora do Conselho das Escolas Médicas, frisou que não há serviços de Medicina de excelência sem o suporte da investigação.



A responsável defende que é neste universo "que se desenvolve o pensamento e o conhecimento sobre temas fundamentais". Por isso mesmo, frisou a responsável pelo Conselho das Escolas Médicas Portuguesas, não deve perder-se o ímpeto reformista, afirmando:

“A investigação científica deu um salto notável nos últimos 20 anos. Após 40 anos de democracia e 30 anos de integração europeia, Portugal recuperou de um atraso científico estrutural. Contudo, há uma desaceleração deste desenvolvimento e só conseguiremos manter o nível de houver, de novo, uma aposta firme no ensino e na investigação.”



Já João Miguel Silva, reitor da Universidade de Coimbra, reforçou que a prática clínica médica tem de estar aliada ao ensino e englobar uma componente de investigação. Considerou que a carreira médica hospitalar "continua a estar demasiado afastada do campo da investigação e que esse é o grande desafio das escolas médicas". Por isso, apelou a que estas sejam “precursoras no desbravamento da fronteira do conhecimento, numa política de sinergia com os hospitais”.



"A nova medicina exige novos médicos"

Perante uma plateia onde estavam todos os diretores das escolas médicas do país, o secretário de Estado Fernando Araújo garantiu que o Governo tem como missão melhorar a gestão de recursos humanos na saúde e que, nesse sentido, vai encetar novas reformas e pôr em marcha a avaliação das competências dos médicos, desafiando também as escolas médicas a ter um papel central neste processo.



“É certo que há muito a fazer, mas também devemos ter em conta que as escolas médicas precisam de tempo para evoluir e melhorar. Sem mudanças bruscas e através de consensos alargados. A nova medicina exige novos médicos e a grande questão de hoje é se estamos, governo e escolas médicas, a conseguir criá-los”, questionou o governante, garantindo que as estruturas escolares poderão sempre encontrar no Ministério da Saúde um aliado.





 

 

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