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CHSetúbal: Consultas em tempo útil para todas as pessoas com diabetes

Todas as pessoas com diabetes referenciadas para o Serviço de Endocrinologia e Diabetes do Centro Hospitalar de Setúbal têm acesso a consulta no tempo útil previsto pelo Ministério da Saúde: 30 dias para os muito prioritários, 60 para os prioritários e 180 para os restantes. Um motivo de orgulho para uma equipa que não é constituída por muitos elementos.

“Somos poucos, mas temos conseguido dar resposta aos doentes que nos são encaminhados dos cuidados de saúde primários (CSP) ou de outras especialidades dentro do hospital”, refere Ana Isabel Mendes, diretora do Serviço e representante do diretor clínico na Unidade Coordenadora Funcional da Diabetes (UCFD) ACES Arrábida/ Centro Hospitalar de Setúbal.

“Não faz qualquer sentido acharmos que o doente tem de continuar sempre a ser seguido pelo especialista hospitalar, estando controlado, pode e deve ser acompanhado pelo seu médico assistente. No hospital ficam os casos mais complicados”, frisa.

Internamento: "criação de elos de enfermagem"

A médica acrescenta outro motivo para o cumprimento dos tempos de espera de consulta: "a criação de elos de enfermagem nos vários serviços de internamento".



“Como o prolongamento dos internamentos se deve, muitas vezes, à problemática da diabetes, estes enfermeiros informam os colegas dos CSP quando o paciente tem alta, para que se possa marcar uma consulta no prazo de 10 dias. Caso não seja possível, o hospital assegura esse compromisso”, explica.

Desta forma, como sublinha a responsável, consegue-se “agilizar a alta hospitalar, evitando que a pessoa com diabetes continue internada apenas por uma questão de gestão desta patologia, e garantimos a continuidade de cuidados pós-internamento”.



Estes projetos têm sido possíveis muito graças à Unidade Integrada de Diabetes (UID). “Temos tido bons avanços desde que criámos a UID, em 2013, no âmbito da UCFD ACES Arrábida/Centro Hospitalar de Setúbal, mas claro que ainda é preciso trabalhar algumas áreas”, reconhece.

Outro dos aspetos que Ana Isabel Mendes também destaca é o das consultas de pé diabético domiciliárias. “O objetivo não é fazer os pensos em casa, isso seria desperdiçar os recursos, mas de avaliar e monitorizar este grave problema de saúde, que é uma das mais problemáticas comorbilidades da diabetes”, aponta.

No caso da retinopatia diabética, também se conseguiu estabelecer um protocolo, no âmbito da UCFD, para que o Serviço de Oftalmologia do Centro Hospitalar de Setúbal realize o rastreio a todas as pessoas com diabetes da região de influência do hospital. “Anteriormente, não conseguíamos assegurar este apoio a todos.”


Ana Isabel Mendes e Julieta Sousa

Para a responsável, a criação das UCFD – e, por conseguinte, das UID – foi um passo importante na saúde dos milhares de pessoas que sofrem desta doença: “Falamos mais uns com os outros, temos uma maior perceção dos problemas que cada um enfrenta no seu local de trabalho.”

Como forma de consolidar esta articulação entre o hospital e os CSP, têm início em abril reuniões de consultoria na UCSP Vale Cobro. “Os médicos de Medicina Geral e Familiar vão escolher dez doentes, mais complexos, que vão ser vistos por mim na UCSP; deixo as minhas orientações e depois volto ao fim de 3 meses”, explica.

Caso tenha sucesso, outros membros da equipa do Serviço de Endocrinologia e Diabetes irão deslocar-se também às unidades dos CSP.

“A diabetes não é apenas do endocrinologista”

Quem também já está há 20 anos no hospital é a médica internista Julieta Sousa, que integra a equipa do Serviço de Endocrinologia e Diabetes. Tal como Ana Isabel Mendes, acha que a UCFD e, por conseguinte, a UID trouxeram mais-valias, mas “ainda há muito trabalho a fazer”, começando pelos CSP. “Nesta região, há muitos doentes sem médico de família, seria fundamental ter mais médicos assistentes que pudessem acompanhar estas pessoas”, observa.



E explica porquê: “A maioria dos doentes pode e deve ser seguida em cuidados de proximidade, o hospital é apenas para os casos mais complexos. Além disso, o médico de família é quem conhece a pessoa, a sua família e o seu meio envolvente.”

A especialista afirma ainda que é preciso apostar em psicólogos e em professores de Educação Física. “A Psicologia é muito importante, já que há quem fique em depressão e chegue a negar a própria doença, não aderindo aos tratamentos nem adotando estilos de vida mais saudáveis. Os professores teriam o papel de adaptar o exercício físico às necessidades e condições físicas de cada um.”

A equipa da Unidade Integrada de Diabetes do Centro Hospitalar de Setúbal conta com quatro médicos endocrinologistas, embora dois estejam apenas a tempo parcial, uma internista a tempo inteiro e outra que dá consulta uma vez por semana, duas enfermeiras e dois nutricionistas.




A reportagem completa pode ser lida na última edição do Hospital Público.

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