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Cirurgia bariátrica: Pioneiro do minibypass gástrico nos Açores impulsiona a técnica

Robert Rutledge, pioneiro da cirurgia por minibypass gástrico em doentes com obesidade mórbida, esteve há dias em Portugal. O especialista marcou presença no 1.º Simpósio de Cirurgia Bariátrica/Reunião Multidisciplinar para o Tratamento da Obesidade, que decorreu no Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, Açores.

Além do curso prático, decorreu também uma reunião multidisciplinar, envolvendo cirurgiões, endocrinologistas, nutricionistas, psicólogos, anestesiologistas e enfermeiros, explica Margarida Andrade, responsável pela equipa cirúrgica do tratamento da obesidade do HDES e pelo evento.


Robert Rutledge

“Como já realizamos a cirurgia por bypass, o objetivo foi dar a conhecer esta técnica, que tem algumas particularidades e a grande mais-valia de, na obesidade mórbida, ter mais sucesso na remissão da diabetes, além de permitir a redução do peso substancial", explica Margarida Andrade.

A ideia surgiu quando a médica esteve no 22.º Congresso Nacional da Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade, que decorreu no final do ano passado, em Lisboa. “Participei no curso sobre mini bypass gástrico, realizado pelo Dr. António Albuquerque do Hospital Curry Cabral – Centro Hospitalar Lisboa Central, e questionei o Dr. Rutledge, que estava presente, se poderia vir aos Açores."

Na sua opinião, "foi uma grande mais-valia contar com a sua presença, um vez que foi quem elaborou e aperfeiçoou esta técnica, difundindo-a a nível mundial, tornando-se numa nova ferramenta cirúrgica na terapêutica destes doentes.”


António Albuquerque, Robert Rutledege e Margarida Andrade (foto: Eduardo Resendes/Açoriano Oriental)

No simpósio foram vários os profissionais de saúde, que integram todo o processo antes e depois da intervenção cirúrgica, que deram a conhecer a importância da cirurgia bariátrica, como cirurgiões, endocrinologistas, nutricionistas, psicólogos e anestesiologistas. "É toda a equipa que está envolvida no tratamento da obesidade", afirma.

A iniciativa do HDES foi dirigida também aos médicos de Medicina Geral e Familiar, Medicina Interna e à Enfermagem, tendo contado com cerca de uma centena de participantes. “A resposta foi surpreendente", reconhece Margarida Andrade. "Quem nos referencia os doentes tem necessidade de saber o que se passa, qual a realidade do HDES."


Margarida Andrade: “Foi a primeira vez que realizámos esta reunião e que ficámos muito contentes com a adesão”

Cirurgia bariátrica nos Açores: “Temos tido muito sucesso”

Em debate esteve também a realidade dos Açores. Margarida Andrade relembra que a atividade cirúrgica na área da obesidade começou em dezembro de 2005 no HDES, com as bandas gástricas.

“Temos uma equipa multidisciplinar, com endocrinologistas, psicólogos, nutricionistas, anestesiologistas, cirurgiões e gastrenterologistas, nalguns casos”, diz. Inicialmente, os doentes são avaliados pela Endocrinologia "e depois decidimos quais as técnicas a aplicar.”


Elementos da equipa cirúrgica do tratamento da obesidade do HDES

Nos primeiros tempos começaram pela técnica da banda gástrica, contando para o efeito como o apoio do cirurgião Rui Ribeiro do Hospital de S. José – Centro Hospitalar Lisboa Central, mas rapidamente adotaram o bypass gástrico e a gastrectomia vertical. Por ano realizam cerca de 40 cirurgias.

“Temos tido muito sucesso, apesar de obviamente existir sempre um caso ou outro que não corra tão bem, mas a perda ponderal é muito significativa”, afirma.

O que acaba por não ter a melhor resposta é a Cirurgia Plástica, como indica. “Apenas duas especialistas – uma em fase final de carreira - não consegue dar resposta a todos os pedidos, daí a atual lista de espera, porque praticamente todos os que realizam este tipo de cirurgia vão necessitar destes cuidados por causa da acentuada redução de peso.”  Independentemente deste obstáculo, Margarida Andrade considera que “a experiência tem sido muito positiva”.

“Realizamos todas as técnicas e sempre que precisamos de ajuda falamos com o Dr. Rui Ribeiro e com o Dr. Edgar Rosa, do Hospital S. Francisco Xavier – Centro Hospitalar Lisboa Ocidental; são pessoas com muita experiência e que, se for necessário, se dirigem aos Açores.”

Desta forma, a responsável pela equipa cirúrgica do tratamento da obesidade assegura que o HDES dá resposta a 45 a 50% de pessoas com excesso de peso e obesidade na região. “Os números também são preocupantes em termos de obesidade infantil, mas da parte da Endocrinologia e da Nutrição tem havido um grande desenvolvimento e atividade, inclusive nos centros de saúde.”


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