Controlo da doença alérgica: «educação terapêutica é crucial»

“Existe, atualmente, um arsenal de fármacos eficazes, mas ainda verificamos um número significativo de pessoas que não têm a doença alérgica controlada por não aderirem à terapêutica.” As palavras são de Paula Leiria Pinto, imunoalergologista no CHLC - Hospital D. Estefânia e responsável pela 6.ª Reunião da Imunoalergologia de Lisboa, que decorreu sob a temática “Novas estratégias na abordagem da doença alérgica”.



"Uma medicação custo-eficaz"

De acordo com Paula Leiria Pinto, “os profissionais de saúde devem investir mais na educação terapêutica, uma vertente ainda esquecida”.

Em declarações à Just News, referiu que “a imunoterapia específica é o único tratamento capaz de modificar a história natural da doença, induzindo eficácia a longo prazo e melhorando a qualidade de vida dos doentes, reduzindo deste modo os custos diretos e indiretos, diminuindo o número de fármacos, as idas às urgências, o absentismo laboral e escolar, ou seja, é uma medicação custo-eficaz”.



Criação de "sinergias interespecialidades"

A 6.ª Reunião da Imunoalergologia de Lisboa, que teve momentos mais teóricos e outros mais práticos – com workshops e apresentação e discussão de casos clínicos –, contou com a participação de médicos de diferentes especialidades.

“É importante existirem sinergias interespecialidades, nomeadamente com a Medicina Geral e Familiar (MGF)", afirmou Paula Leiria Pinto, explicando que foi por esse motivo que realizaram um workshop sobre espirometria "que contou com a colaboração do Grupo de Estudos de Doenças Respiratórias (GRESP) da APMGF e outro sobre Imunoterapia, que envolveu a participação de profissionais da Imunoalergologia e da MGF.”



Acompanhar as "alterações nas abordagens clínicas"

Quanto à prevenção, também abordada numa das mesas-redondas, Paula Leiria Pinto afirmou ser essencial a atualização de conhecimentos e as alterações nas abordagens clínicas. “Por exemplo, no caso das alergias alimentares, optou-se, mais recentemente, face à evidência científica, recomendar a introdução, a partir dos 4 meses, da alimentação complementar, incluindo os alimentos que mais frequentemente causam alergias, o que ainda deve ser encarado com alguma prudência”, frisa.

No futuro da abordagem da doença alérgica espera-se, segundo a médica, que se continue a apostar “na procura de biomarcadores que identifiquem os mecanismos fisiopatológicos subjacentes, terapêuticas personalizadas mais eficientes e a utilização de novas tecnologias que ajudem na monitorização do controlo, da adesão terapêutica, assim como na avaliação da função respiratória”.


Paula Leiria Pinto, Gonçalo Cordeiro Ferreira e Elisa Pedro.

Na sessão de abertura do evento estiveram presentes, além de Paula Leiria Pinto, Gonçalo Cordeiro Ferreira, diretor da Área da Mulher, Criança e Adolescente do Centro Hospitalar Lisboa Central, e Elisa Pedro, presidente da Sociedade Portuguesa de Alergia e Imunologia Clínica (SPAIC).



A Reunião foi organizada pelo Núcleo de Estudos Pediátricos e teve a colaboração da Especialidade de Imunoalergologia do CHLC - Hospital D. Estefânia. Em termos científicos, teve o patrocínio da Ordem dos Médicos, da SPAIC e da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar.




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