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Doenças infeciosas: Curry Cabral realizou mais de 22.000 consultas nos últimos 2 anos

Fernando Maltez abriu a sessão solene das 12.as Jornadas de Atualização em Doenças Infeciosas do Hospital Curry Cabral mostrando “a vitalidade” do Serviço que dirige e não deixando de elogiar “a dedicação, o desempenho e a disponibilidade incondicional” dos seus médicos, enfermeiros e restantes profissionais.

Dois anos depois da última edição destas Jornadas, que são bienais, realizadas habitualmente no final de janeiro, Fernando Maltez quis dar uma ideia da atividade clínica registada durante este período no Serviço de Doenças Infeciosas do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central (CHULC): 22.898 consultas realizadas, 1170 doentes internados e 7233 atendidos no hospital de dia.


Fernando Maltez

Com os diferentes polos que dedicam parte da sua atividade ao acompanhamento da infeção por VIH, o CHULC foi responsável por 6829 doentes. Segundo o infeciologista, “integra-se na rede nacional hospitalar de referenciação para esta infeção como um centro de elevada diferenciação, provavelmente, pelo número, o maior da Europa”.

“Entrámos num período da história em que a taxa de descoberta de novos agentes infeciosos não tem precedentes e em que 65% das doenças infeciosas emergentes são zoonoses, causadas por agentes que atravessaram a barreira da espécie, saltando direta ou indiretamente dos seus reservatórios animais para o homem e causando epidemias ou pandemias graves”, afirmou Fernando Maltez.



Qualidade da formação médica depende de “ferramentas que o permitam”

António Vieira, presidente do Colégio da Especialidade de Doenças Infeciosas da Ordem dos Médicos, iniciou a sua intervenção focando-se na importância da formação. A esse respeito, fez questão de sublinhar que “a qualidade dos cuidados médicos, a perícia, a destreza e a competência estão diretamente ligados à qualidade da formação prestada aos profissionais médicos”.

António Vieira
António Vieira

“Pede-se à Infeciologia que esteja preparada para o inesperado. Espera-se que o infeciologista esteja atento aos desafios da emergência de novas doenças”, disse. Mas logo acrescentou que “praticar com competência e segurança as respostas necessárias e eficientes em saúde” exige “a procura contínua das ferramentas que o permitam”.

Dirigindo-se à ministra da Saúde, presente na sessão solene, António Vieira deixaria um apelo: “Existem redes de referenciação que foram pensadas a 5 anos que precisamos de continuar a ver acarinhadas, mas com consequências”, sendo certo que “é também agora o tempo da monitorização num contínuo ciclo de melhoria”.

A necessidade de “refletir sobre as redes que precisamos de continuar a incentivar”

Marta Temido haveria de comentar essa observação de António Vieira salientando ser necessário “refletir sobre as redes que precisamos de continuar a incentivar, não só as de referenciação hospitalar, mas todas as redes de articulação, que cada vez mais temos que envolver”.


Marta Temido

“Ao contrário do que se pensava há algumas décadas, as doenças infeciosas continuam a ser um problema de saúde pública”, sublinhou a ministra da Saúde, classificando como “uma prioridade em saúde global” as patologias emergentes e reemergentes. “O surto do coronavírus mostra bem isso mesmo”, disse.

Perante um auditório cheio, que correspondia, afinal, ao elevado número de inscritos nestas Jornadas (superior a 1100), Marta Temido aproveitou para destacar o facto de Portugal ter atingido, antes da data estabelecida, o objetivo definido pela ONUSIDA no que respeita à infeção por VIH.



Com efeito, de acordo com dados do final de novembro de 2019, 92,2% das pessoas que viviam com SIDA estavam diagnosticadas, das quais 90,3% encontravam-se em tratamento, sendo que 93% destas apresentavam carga viral suprimida.

“Sem dúvida alguma que os profissionais de saúde, nomeadamente os infeciologistas, bem como as farmácias, as organizações de base comunitária e os próprios doentes foram elementos-chave no sucesso desta resposta”, comentou Marta Temido.


Atrás: elementos da CO das 12.ª Jornadas – Freddy Ramirez, Diana Seixas, Teresa Martins, Maria José Manata, João Ribeiro, Fernando Maltez, Orlando Cardoso e Sara Lino (ausente na foto: Diana Póvoas).
À frente: alguns internos do Serviço – Stepanka Betkova, Hélder Pinheiro, Marta Leal, Ema Leal e Ana Raquel Pinto

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