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O papel do empoderamento comunitário na pandemia: «UCC foram exemplares»

"As Unidades de Cuidados na Comunidade (UCC) têm tido, a nível nacional, um enorme papel no combate a esta aterradora doença que vivenciamos", assegura José Lima, presidente da Direção da Associação de UCC.

Na sua opinião, os profissionais que "trabalham as comunidades diariamente foram exemplares no empoderamento comunitário, porque conhecem o seu diagnóstico de situação de saúde".

Em declarações à Just News, o responsável considera mesmo que, "ao serem constituídas equipas de vários perfis profissionais no combate à Covid-19, o sucesso estava garantido. Os profissionais das UCC foram o verdadeiro elo de ligação com as várias comunidades."


José Lima

Intervir na comunidade: "Não há duas culturas iguais"

Olhando para a realidade da sua própria unidade, mas analisando igualmente o que ocorreu pelo país desde março de 2020, José Lima destaca "a articulação com as forças vivas da comunidade, que também foi essencial neste combate desigual com a doença", fazendo alusão às "imensas visitas domiciliárias e ações de rua a famílias e pessoas a viverem sozinhas!"

Referindo-se ao desempenho efetuado "fora de portas do centro de saúde", salienta que "não há duas culturas iguais e a resposta tem que ser a mais concreta e específica possível".

E se é certo que muito se fez e que hoje a situação é bem menos grave do que em outros períodos da pandemia, fica o alerta: "relembro que a doença ainda existe nas nossas vidas. Este caminho percorrido ajuda-nos no futuro, mas não podemos baixar a guarda. Há que promover a saúde e prevenir a doença sempre!"


III Congresso Nacional das UCC: "Partilha de vários projetos inovadores"

Para José Lima, "a partilha de boas práticas e o benchmarking nunca foi tão importante como hoje". Nesse sentido, adianta que o III Congresso Nacional das Unidades de Cuidados na Comunidade (UCC), que se vai realizar dias 17 e 18 de março de 2022, irá permitir "a partilha de vários projetos inovadores, de uma forma presencial e pela plataforma Zoom".

De acordo com o enfermeiro, que coordena a UCC Inovar, uma unidade do ACES Grande Porto II, "a AUCC nunca parou com esta partilha de conhecimento nesta fase pandémica. Os webinares realizados são a prova disso e este congresso vem culminar com a proximidade entre profissionais tão necessária nos ACeS do país."

E deixa o convite à participação de todos os profissionais das UCC neste evento, que decorrerá no Centro de Artes e Espetáculos da Figueira da Foz. Salientando "a velha máxima que individualmente as UCC não sabem nada e que todas juntas sabem alguma coisa", José Lima deixa a sugestão: "Venham assistir ao III congresso nacional!!!"



"Conseguimos passar os ACeS de ilhas a arquipélagos"

Relativamente à articulação e comunicação, a nível nacional, entre UCC e USF e outras unidades dos cuidados de saúde primários, José Lima considera que "está melhor, mas com necessidade de ainda derrubarmos alguns muros das unidades funcionais".

E acrescenta: "Esta foi outra lição que a pandemia nos trouxe. Conseguimos passar os ACeS de ilhas a arquipélagos. Finalmente colocamos os utentes e comunidades no centro do sistema e afirmamos a pessoa primeiro sempre."

Maior intervenção comunitária para "melhor gestão da saúde e da doença"

E qual pode e deve ser o futuro das UCC no seio do SNS? Em resposta a esta questão, que será precisamente um dos temas em debate no Congresso, José Lima adianta algumas ideias:

"Queremos tornar o Serviço Nacional de Saúde cada vez melhor e mais forte. As UCC assumem um papel fundamental, em cooperação com todas as outras unidades do centro de saúde. Há necessidade de pensar global, mas agir local."

Assim, não tem qualquer dúvida quanto à "necessidade premente em reforçar as medidas de educação para a saúde junto da comunidade, a utilização de meios de divulgação em massa, o aumento da literacia em saúde, reforço da atividade domiciliária e da saúde mental".

Por outro lado, José Lima destaca um conjunto de medidas e rotinas que a pandemia trouxe e que "vieram para ficar", dando o exemplo das consultas não presenciais, mas não só: "Assumimos que os emails, os contactos telefónicos e as videoconferências, entre outros, trouxeram aos utentes e aos profissionais maior proximidade, acessibilidade e apropriação das novas tecnologias."

E deixa uma última mensagem: "É necessário reforçar a intervenção comunitária com projetos de saúde escolar, Rede social, EPVA, NACJR, intervenção precoce, entre outros. Só assim, será possível fazer uma gestão da saúde e uma gestão da doença."



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