Enfermeiros de Reabilitação assinalam o Dia Mundial da DPOC na Assembleia da República

Esta quarta-feira a Associação Portuguesa dos Enfermeiros de Reabilitação (APER) vai assinalar o Dia Mundial da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) com "uma sessão de educação e rastreio em Saúde Respiratória, que terá lugar na Assembleia da República", adianta Belmiro Rocha, presidente da APER.

Lembrando que a DPOC é "uma condição de saúde com um impacto significativo a nível global, sobretudo nos sistemas de saúde", o responsável sublinha que o objetivo desta iniciativa passa por "alertar e sensibilizar os nossos decisores, para a gravidade e impacto da DPOC".

Em declarações à Just News, e chamando a atenção para o "real impacto" desta doença, Belmiro Rocha adverte que a DPOC é a terceira causa de morte no mundo "e está definida como uma área prioritária para as políticas de saúde pública".

Menciona também o Relatório de 2022 da Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD), que indica que "as doenças respiratórias representam cerca de 6% do orçamento anual para cuidados de saúde na União Europeia, com a DPOC a corresponder a 56% desse valor, o equivalente a 38,6 mil milhões de euros". Um montante que "é essencialmente destinado ao tratamento de exacerbações, evidenciando a necessidade de reforçar as estratégias de prevenção", refere Belmiro Rocha.

Entre as comorbilidades mais comuns da DPOC destaca-se a doença cardiovascular, que aumenta em duas a três vezes o risco de hospitalização e eventos como doença arterial coronária, enfarte agudo do miocárdio (EAM), insuficiência cardíaca (IC) e arritmias.


Promover uma "atitude proativa por parte dos doentes e cuidadores"

Quanto ao "plano terapêutico multidisciplinar, Belmiro Rocha destaca que, para ser eficaz, "é essencial promover a adesão ao regime de tratamento e o desenvolvimento de uma atitude proativa por parte dos doentes e cuidadores. Assim, a literacia em saúde e o compromisso comportamental desempenham um papel crucial na melhoria da qualidade de vida."

Faz ainda questão de referir a existência de vários estudos internacionais, "que apontam para o impacto crescente da DPOC em todo o mundo, associando fortemente o hábito de fumar como o principal fator de risco no desenvolvimento e agravamento da doença".

Belmiro Rocha

"Criação de percursos integrados"

Considerando que "a reabilitação respiratória é uma medida não farmacológica que maior impacto tem na melhoria da qualidade de vida destes doentes", para Belmiro Rocha, não há qualquer dúvida quanto à importância do Enfermeiro de Reabilitação:

"Como parte integrante de uma equipa multidisciplinar, assume um papel essencial na melhoria da qualidade de vida dos doentes", destacando que a sua intervenção abrange "a reabilitação respiratória, o ensino, a capacitação para o autocontrolo do estado de saúde e doença".


E acrescenta: "Os enfermeiros ajudam na criação de percursos integrados para estes doentes, alinhando-se com a recente reorganização dos cuidados de saúde em Portugal."

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