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Equilíbrio trabalho-família favorece relação médico-doente

O equilíbrio entre o trabalho e a família pode fazer a diferença na relação médico-doente, segundo Teresa Souto Moura, médica internista do Centro Hospitalar de Lisboa Central - Hospital de S. José e membro da direção da Associação dos Médicos Católicos Portugueses (AMCP).

A responsável falou à Just News sobre um estudo realizado junto dos associados e que vai ser debatido no Encontro Nacional da AMCP, que tem lugar dia 21 de abril, em Lisboa, sob o mote “Ser Médico Hoje: Equilíbrios, Desafios e Missões”.

O estudo levado a cabo junto de 181 médicos associados da AMCP demonstrou que cerca de 39% destes profissionais dão nota negativa para a conciliação trabalho-família no setor privado, enquanto no Serviço Nacional de Saúde (SNS) a percentagem chega aos 73%.



"Uma boa relação terapêutica com os utentes"

Teresa Souto Moura acredita que o equilíbrio pode beneficiar os próprios utentes. “A satisfação no trabalho favorece a relação médico-doente; é pois muito importante que estejam reunidas as condições necessárias para uma boa relação terapêutica com os utentes”, afirmou.

E vai mais longe: “Estamos a falar de pessoas que estão fragilizadas e a visão humanista da Medicina não pode ser prejudicada pela dificuldade em conseguir-se conjugar trabalho e família.”

A responsável apontou como causa destas queixas, apresentadas no estudo, “a falta de noção de que é preciso haver limites”. E, acrescentou “a vida profissional é importante, mas não pode sequestrar a família”. Teresa Souto Moura observou ainda que “as duas vocações são conciliáveis e não é necessário colocar os médicos sob coação na encruzilhada da escolha: Medicina ou família”.

A internista considerou ainda que esta preocupação pode ser transversal aos restantes médicos e aos outros profissionais de saúde, independentemente das crenças religiosas. “A conciliação entre a atividade profissional e a pessoal e familiar é um desafio de todos.”

A maioria dos médicos inquiridos, cuja média de idade é de 46,5 anos, considerou ser importante a introdução de um conjunto de medidas e ações, nomeadamente, a melhoria da legislação, de forma a permitir a flexibilidade de horário de trabalho e o trabalho a tempo parcial, bem como a possibilidade de reduzir temporariamente o horário devido a assistência à família.



Comunicação e voluntariado

Além do tema “Equilíbrio Trabalho-família”, o Encontro Nacional da AMCP vai também debruçar-se sobre outras questões, como o “Desafio da gestão, formação e comunicação em Medicina”. Sobre esta temática, Teresa Souto Moura salientou que existem múltiplos desafios na prática da Medicina dos dias de hoje:

“A gestão de recursos e meios influencia a prática clínica, sendo os médicos chamados a ter um papel ativo nesse campo; vamos ainda refletir, com os jovens, os desafios da formação; e quanto à comunicação sabemos que é essencial na relação médico-doente, nomeadamente com o acesso global à informação médica.”

Para a última mesa do evento, a AMCP escolheu a temática “Missão no Santuário com os refugiados e na política” na qual irão participar médicos que têm integrado iniciativas de voluntariado. “Teremos o exemplo de médicos que ao longo do ano garantem o apoio a peregrinos no Santuário de Fátima, outros que serviram em missões humanitárias em campos de refugiados ou locais de guerra e catástrofe; e também na política e no espaço público.”

O Encontro Nacional da AMCP vai ter lugar no Colégio de São Tomás, em Lisboa. Podem ser consultadas mais informações aqui.

Contactos
Telef: 924 488 589
Email: medicoscatolicos.pt@gmail.com 



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