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Falta de dermatologistas no Algarve: Ordem dos Médicos apoia «medida excecional»

A região do Algarve conta apenas com um especialista nos quadros do Serviço Nacional de Saúde, que está prestes a reformar-se. Atentos a esta situação, a Ordem dos Médicos e a Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia (SPDV) decidiram reunir esforços, anuncia Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos.

Em declarações à Just News, o responsável manifesta-se satisfeito por ter sido possível encontrar "uma saída para este problema", ainda que provisória, adiantando que "alguns dermatologistas portugueses vão viajar até ao Sul do país para suprir esta falta".

"Dar resposta a um problema concreto"

Miguel Guimarães refere que a SPDV, presidida por António Massa, conhece a realidade da Dermatologia do Algarve "e sabe que o único dermatologista no ativo, o Dr. João Larguito, além de estar a viver uma situação pessoal complicada, está a dois meses de se reformar".

É neste contexto, "e em conjunto", que as duas entidades se empenharam para "dar um contributo até o governo arranjar uma solução”,  anuncia Miguel Guimarães, acrescentando que os dermatologistas "estão dispostos a fazer uma rotação entre eles para fazerem consultas no Algarve, ainda que isso signifique o seu prejuízo financeiro".



O bastonário frisa que trata-se de "uma medida excecional e que configura uma forma que a sociedade civil encontrou para dar resposta a um problema concreto", considerando que "cabe ao Ministério da Saúde dar solução a esta questão".

Deixar os doentes sem assistência seria “um flagelo"

Por sua vez, João Larguito, o único médico dermatologista do SNS na região do Algarve, mostra-se satisfeito por esta medida, ainda que provisória:

“Fico muito contente e assumo que sairei mais descansado. Seria muito penoso sair e saber que atrás de mim fica o vazio, sobretudo quando o serviço de dermatologia do Hospital de Faro chegou a ser uma referência no país.”



O especialista recorda as especificidades do Algarve: "uma das regiões do país com índice UV mais alto, com taxas de cancro cutâneo das mais elevadas e em que residem 150 mil habitantes dos países nórdicos, com fototipos muito mais claros e cuja incidência de melanoma é acentuada".

Para João Larguito, não há qualquer dúvida de que deixar os doentes desta região sem assistência no SNS seria “um flagelo.”




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