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Internistas debatem AVC na mulher e distinguem projetos de investigação

A prevenção do acidente vascular cerebral (AVC) na mulher é um dos temas em destaque no 15.º Congresso do Núcleo de Estudos da Doença Vascular Cerebral da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, que decorrerá nos dias 28 e 29 de novembro, no Hotel Tiara Park Atlantic Porto. Durante este encontro serão entregues dois prémios aos melhores projetos de investigação básica e clínica sobre AVC.

Maria Teresa Cardoso, coordenadora do Núcleo de Estudos da Doença Vascular Cerebral (NEDVC) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), explica que o AVC na mulher terá especial destaque devido ao “grande impacto negativo na mulher e na sociedade. De facto, ao longo da vida, a mulher tem um risco de AVC superior ao do homem."

Na sua opinião, o predomínio do AVC nas mulheres é explicável, "em parte, pelo envelhecimento da população e pela maior esperança de vida do sexo feminino. As mulheres têm mais probabilidade de enviuvar e viverem sós antes do AVC e, assim, de serem institucionalizadas após o AVC, tendo uma pior recuperação relativamente aos homens”.

A especialista refere também que “a mortalidade por AVC na mulher acima dos 75 anos é também superior à do homem. Em suma, as mulheres são as mais afetadas, particularmente em idades avançadas. É fundamental ter consciência desta realidade e implementar estratégias preventivas adequadas, incidindo especialmente no controlo da pressão arterial, na deteção e tratamento dos casos de fibrilhação auricular e na promoção de um estilo de vida saudável”.

Um ponto alto deste congresso é a atribuição do prémio “AVC e Investigação Clínica”, um estágio de 3 meses em Oxford e o prémio “AVC e Investigação Básica”, um estágio de 3 meses em Santiago de Compostela. Mais de 140 trabalhos científicos serão apresentados que refletem um grande dinamismo e evolução nesta área. A coordenadora do NEDVC considera que “estes incentivos à investigação são fundamentais para um conhecimento aprofundado das especificidades do AVC na população portuguesa para uma uniformização de atitudes diagnósticas terapêuticas e de prevenção adaptadas á nossa realidade, para que possamos prevenir este flagelo, diagnosticar cada vez com maior rapidez e tratar com a máxima eficácia este problema que continua a matar 35 portugueses por dia”.

A fibrilhação auricular e o seu tratamento com os novos anticoagulantes orais, a craniectomia descompressiva, o controlo da pressão arterial, a dissecção arterial e ateromatose do arco aórtico serão outros dos temas em debate neste 15º Congresso do AVC, que receberá cerca de 500 participantes.

A comissão organizadora dedica ainda espaço no Congresso para a formação, com a realização de cursos dirigidos a temas específicos, como o tratamento na fase aguda do AVC (trombólise), o treino de avaliação de imagem no AVC e a genética no AVC.

O programa pode ser consultado aqui.

AVC: número de mortes diminuiu nos últimos anos

A taxa de mortalidade por AVC tem vindo a diminuir progressivamente, nos últimos anos, em Portugal. O número de óbitos caiu de 14.383, em 2007, para 12.690, em 2011, o que se traduziu numa redução de mais de 1600 óbitos anuais (Doenças Cerebrocardiovasculares em Números 2013, DGS). Em declarações ao Jornal Médico, Maria Teresa Cardoso explica que um conjunto de fatores contribuiu para esta evolução positiva, nomeadamente a nível da prevenção e tratamento (Lei de Cessação Tabágica, legislação sobre o conteúdo de sal no pão). O artigo completo pode ser lido aqui.

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