José António Malhado homenageado pelo «muito que deu à Medicina Interna»
José António Malhado, internista e infeciologista, foi homenageado no final das XVIII Jornadas VIH 2017, organizadas pelo Núcleo de Estudos da Doença VIH (NEDVIH) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), que tiveram lugar em Peso da Régua.
De acordo com Telo Faria, coordenador do NEDVIH, além do percurso notável em termos curriculares e académicos, é de destacar a sensibilidade de José António Malhado que, como referiu, “tem até alguns toques de poesia”. A “perspicácia”, o “humanismo” e o “sentido de humor apurado” são outras das características que lhe são reconhecidas.
A homenagem esteve a cargo de Fernando Rosas Vieira, responsável pela Unidade de Doenças Infeciosas do Serviço de Medicina Interna do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, e incluiu a apresentação de um pequeno vídeo com imagens biográficas de José António Malhado.
Manuel Delgado, secretário de Estado da Saúde, que interveio na cerimónia de abertura do evento, também não quis deixar de prestar a sua homenagem a José António Malhado, tendo destacado não só o “muito que deu à Medicina Interna portuguesa, como médico, investigador, formador e gestor”, mas também o seu “caráter, conhecimento e sabedoria”.
Por sua vez, na sessão de encerramento, o presidente da SPMI, Luís Campos, haveria de mencionar que a Medicina precisa de pessoas que tenham uma “dimensão humanista” como sucede com José António Malhado. Conforme disse, “um médico é muito mais do que um técnico!”.
Francisco Melo Mota, António Malhado e Carlos Vasconcelos.
Recorde-se que Carlos Vasconcelos, ex-diretor da Unidade de Imunologia Clínica (UIC) do Hospital de Santo António, CHUP, e colaborador do ICBAS-UP, foi o homenageado nas Jornadas de 2015, enquanto Francisco Melo Mota, responsável pelo Serviço de Doenças Infeciosas do Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, foi alvo de homenagem na edição de 2016.
Medicina interna: especialidade “com base no encontro com o doente”
Ao usar da palavra, o homenageado agradeceu a distinção, que afirmou muito o honrar, tendo feito uma breve retrospetiva do seu percurso profissional, afirmando que escolheu “muito bem” quando decidiu seguir Medicina.
José António Malhado tem 67 anos e é natural de Guarda. Licenciou-se em Medicina na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, tendo passado pelo Serviço Médico Militar da Ilha de Santa Maria, Açores. Realizou o internato nos Hospitais Civis de Lisboa e prestou serviço no Hospital de Santarém, tendo-se fixado, posteriormente, no Hospital de Curry Cabral, onde exerceu a maior parte da sua carreira médica.
Foi assistente de Microbiologia na FMUL e, mais tarde, foi professor convidado das disciplinas de “Introdução à Clínica” e “Medicina Interna” da atual NOVA Medical School.
Presidiu ao Conselho Científico e foi vogal da Direção do Instituto Bacteriológico Câmara Pestana, em Lisboa.
A escolha da Medicina Interna prendeu-se com o facto de se tratar de uma especialidade “com base no encontro com o doente, no ouvir e no olhar, fazendo raciocínios indutivos, dedutivos e analógicos, através de um processo dinâmico que se incorpora no pensamento, conduzindo ao diagnóstico e que tem, simultaneamente, um cunho generalista e integracionista”.
O gosto pela Infeciologia surgiu pela sua ligação à disciplina de Microbiologia, unindo a clínica e o laboratório.
António Malhado e Manuel Delgado.
Telo Faria, Rosas Vieira, António Malhado e Luís Campos.