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Mais de 70% dos utentes com doença venosa nunca receberam tratamento

Resultados preliminares do estudo REVEAL-CEAP sobre doença venosa crónica (DVC) mostram que mais de 70% dos participantes com sintomas desta patologia residentes nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores nunca receberam tratamento médico.

"Através da classificação CEAP, verificamos ainda que existe uma prevalência muito significativa - entre 30 a 40% - dos estádios mais avançados da doença, ou seja, com indicação cirúrgica ou manifestação de cronicidade", avançou à Just News o coordenador do estudo, Armando Mansilha.



Segundo indicou o docente da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e diretor do Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular do Hospital Cuf Porto, "nesta abordagem muito preliminar dos resultados que obtivemos na Madeira e nos Açores, é possível perceber que a obesidade e o excesso de peso constituem fatores relevantes e que a doença é bastante mais significativa no género feminino a partir dos 50 anos".

"Do ponto de vista clínico, esta é uma doença claramente subestimada e subtratada", afirmou o especialista, acrescentando: "Precisamos de mais campanhas de alerta, de sensibilização, de referenciação e de uma maior interação entre os cuidados de saúde primários e os cuidados de hospitalares de cirurgia vascular."



Estes dados foram apresentados no último fim de semana na Porto Vascular Conference, evento presidido por Armando Mansilha e que reuniu no auditório da FMUP mais de 750 participantes das áreas da Angiologia e Cirurgia Vascular, bem como da Medicina Geral e Familiar. Refira-se que o estudo tem como objetivo determinar a prevalência e caracterizar epidemiologicamente os doentes com doença venosa crónica nos CSP.

A primeira fase envolveu cerca de 1300 utentes dos CSP das regiões autónomas. Contudo, o estudo REVEAL-CEAP, além das direções-gerais de Saúde da Madeira e dos Açores, vai envolver todas as ARS do continente.



Pretende-se que sejam incluídos no projeto seis mil utentes, "tornando-o num dos maiores e mais significativos estudos epidemiológicos efetuados a nível nacional e internacional", acrescentou Armando Mansilha. Para a sua realização, a FMUP conta com a parceria da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), da Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular (SPACV) e da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF).



O estudo caracteriza-se por duas fases, começando pelo preenchimento de um questionário com 21 perguntas por um técnico de saúde que, nas salas de espera das unidades dos CSP, seleciona aleatoriamente utentes que estão a aguardar pela consulta. Numa segunda fase, o médico de família, "nosso interlocutor privilegiado" no projeto, procede à caracterização clínica da doença e da perceção da população relativamente aos fatores de risco.

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