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Médicos dentistas têm 45 dias para apresentar projetos de Saúde Oral no SNS

Os médicos dentistas vão poder candidatar-se, desde hoje, com projetos de Saúde Oral nos cuidados de saúde primários (CSP), tendo ao todo 45 dias para o fazer. A medida, anunciada pelo Ministério da Saúde, vem na sequência dos bons resultados dos projetos-piloto de Saúde Oral que decorriam desde setembro de 2016.

Artur Miller, de Montemor-O-Novo, foi um dos 13 médicos dentistas que participaram nessa fase inicial e realçou “o seu enorme impacto junto dos doentes de risco”. O especialista foi um dos intervenientes no evento promovido pela Ordem dos Médicos Dentistas esta segunda-feira, em Lisboa, assinalando o Dia Mundial da Saúde Oral.



"A saúde da boca tem implicações na saúde global"

Artur Miller salientou a importância de, “finalmente, se terem dado passos no sentido de levar a Saúde Oral a todas as pessoas, porque a própria profissão de médico dentista é vista, pela maioria da população, como marginal e elitista”. Apesar de estar satisfeito com a expansão de cuidados a todos os portugueses, com a anunciada abertura de candidaturas, não deixou de frisar que estas medidas “pecam por tardias”.

E explicou porquê: “O constante adiamento de consultas de Saúde Oral nos CSP deixou consequências nefastas, porque a saúde da boca tem implicações na saúde global.”

Fica a faltar a reabilitação protética, um ponto também focado no evento por Eduardo Ferreira, que deu o seu testemunho como utente.

As candidaturas a propostas na área da Saúde Oral, dentro do SNS, começam hoje e qualquer pessoa singular ou coletiva – incluindo quem ainda está na equipa dos projetos-piloto – pode candidatar-se, segundo garantiu Artur Mimoso, dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS).



Reparar "uma injustiça de 40 anos"

Orlando Monteiro da Silva, bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, sublinhou, por sua vez, que a atual aposta na Saúde Oral é “a reparação de uma injustiça de 40 anos”, por não se ter permitido até agora o acesso generalizado ao médico dentista, “o que levou a custos elevados”. No seu entender, as atuais medidas “não são a panaceia para os problemas, mas vão com certeza melhorar a Saúde Oral dos portugueses”.



Espera ainda que estes profissionais de saúde vejam a sua carreira reconhecida e assegurou que o caminho futuro deve passar pela complementaridade entre público e privado, a fim de se prestarem os melhores cuidados à população.



"Mais uma conquista para o SNS"

Para o secretário de Estado adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, “esta é mais uma conquista para o SNS”. Apesar de estar satisfeito com os 9 anos de cheques-dentistas, reconheceu que “não era o suficiente para permitir um maior acesso de todos à Saúde Oral”, nomeadamente dos mais desfavorecidos economicamente.



No evento, que contou com a participação de médicos dentistas, diretores de ACES, presidentes e representantes das ARS, estiveram também presentes Francisco George, diretor-geral da Saúde, Ana Margarida do Céu, do Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral da DGS, e Sofia Coutinho, da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).

Recorde-se que os 13 projetos-piloto envolveram unidades de saúde de Montemor-O-Novo, Monte da Caparica, Moita, Fátima, Salvaterra de Magos, Cartaxo, Rio Maior, Azambuja, Alenquer, Arruda dos Vinhos, Lourinhã, Mafra, Ericeira e Portel. Nessa fase, apenas os doentes de alto risco beneficiavam das consultas, como pessoas com diabetes, neoplasias, patologias cardíacas ou respiratórias crónicas, insuficiência renal em hemodiálise ou diálise peritoneal e transplantados.




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