Mestrado sobre insuficiência cardíaca aguda une cardiologistas portugueses e espanhóis
“Insuficiência Cardíaca Aguda” é a designação do mestrado que será organizado pela Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) e pela Sociedade Espanhola de Cardiologia (SEC). A sua apresentação, que decorreu durante a Cimeira Ibérica de Cardiologia, que decorreu em Lisboa, esteve a cargo de Brenda Moura, do Grupo de Estudo de Insuficiência Cardíaca da SPC, e de Juan Delgado, membro da SEC e cardiologista da Unidade de Insuficiência Cardíaca e Transplante do Hospital 12 de ouctubre, em Madrid.
“Com este mestrado, pretende-se dar a melhor formação sobre insuficiência cardíaca aguda, uma síndrome bastante complexa e letal, a todos aqueles que têm de orientar e/ou tratar quem sofre desta doença”, disse à Just News Brenda Moura. A especialista apontou ainda a sua originalidade, já que contará com docentes de Portugal e de Espanha e será acreditado por ambos os países.
Para Juan Delgado, esta parceria ibérica vai permitir “uniformizar os mais variados procedimentos, a fim de se conseguir o melhor para os doentes”. Realçou que se trata de uma formação que não se restringe aos cardiologistas, abrangendo outros profissionais, como médicos de Medicina Intensiva, internistas, especialistas que trabalham nas urgências e médicos de família.
Apesar de ainda ser necessário “dar alguns passos para que o mestrado seja uma realidade já este ano”, sabe-se que conta com docentes espanhóis e portugueses de renome. “Não estiveram no evento, porque ainda faltam os convites formais”, explicou Brenda Moura. A responsável referiu que o mestrado vai consistir em cinco módulos, correspondendo cada um a seis créditos, perfazendo 150 horas de trabalho.
Os temas a abordar vão desde a visão mais geral da patologia ao diagnóstico, casos clínicos particulares e técnicas a utilizar. Os alunos não precisam de se deslocar ao país vizinho, porque a formação e a avaliação têm lugar online.
Para José Silva Cardoso, presidente da SPC, e para José Ramon Juanatey, presidente da SEC, a ligação entre as duas sociedades “vai sair reforçada”. José Silva Cardoso considera que esta cimeira não se deveu apenas à apresentação do mestrado, mas “a uma estratégia política de reforço da cooperação com Espanha, que também trará benefícios para futuros trabalhos com outros países da Europa ou da Lusofonia”. José Ramon Juanatey frisou também os momentos de convívio e de partilha entre Portugal e Espanha, que “já acontecem há vários anos”.
Miguel Mendes, presidente eleito da SPC e diretor do Serviço de Cardiologia do Centro Hospitalar Lisboa Oriental (Hospital de Santa Cruz), afirmou que este estreitamento nas relações entres as sociedades deve continuar.