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Metade da população portuguesa tem peso a mais

Numa altura em que a Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade (SPEO) assinala o 25.º aniversário, o seu presidente, Davide Carvalho, alerta para a elevada prevalência da obesidade em Portugal, uma situação cuja gravidade se reflete nas doenças associadas a este problema, como a diabetes e a hipertensão arterial. Sublinha ainda a intervenção dos cuidados de saúde primários (CSP) na obesidade, tendo em conta que estes são o “esteio de qualquer política de intervenção na população”.

“A prevalência de obesidade no nosso país é elevada e tem vindo a aumentar”, adverte o presidente da SPEO, adiantando que, quando se compara a prevalência de obesidade e pré-obesidade de 1995 com a de 2005, se observa um aumento de 49,6 para 52,3%, uma situação que se deve à pré-obesidade, que passou nas mulheres de 35,2 para 38,4% e nos homens de 54 para 59,3%.

No que se refere à obesidade abdominal associada a risco aumentado de outros fatores de risco (nas mulheres, perímetro da cintura (PC) > a 80 cm e nos homens > 94 cm), Davide Carvalho menciona que a sua prevalência é de 43,6 para as mulheres e de 51,1% para os homens. Para PC > a 88 cm para as mulheres e a 102 cm para os homens (risco muito aumentado) a prevalência é de 20,1 e de 26,7%, respetivamente.

De acordo com o médico, a gravidade da situação repercute-se nas doenças associadas à obesidade -- hipertensão arterial, dislipidemia e doença vascular. “A prevalência de diabetes é de 12,9%, sendo de 14,2% nos homens e de 9,55% nas mulheres. Quando pensamos em custos, o aumento do consumo de medicamentos antidiabéticos orais aumentou 31,4% de 2000 para 2007, sugerindo, inequivocamente, que vale a pena investir na prevenção da obesidade para impedir a diabetes, a HTA, a dislipidemia e, por último, a doença cardiovascular”, alerta.

O presidente da SPEO considera que os CSP são o “esteio” de qualquer política de intervenção na população. “Temos procurado proporcionar armas às equipas de saúde que, em primeira linha, contactam com a doença”. Têm um papel fundamental no diagnóstico, enfatizando a questão do perímetro abdominal como marcador do risco cardiovascular, nas intervenções breves para modificação do estilo de vida e na referenciação quando necessária.


A entrevista completa com Davide Carvalho pode ser lida na edição de dezembro do Jornal Médico.

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