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Miocardiopatias vão ter documentos de consenso aplicados à realidade portuguesa

Deverão começar a ser elaborados, ainda em 2018, os primeiros documentos de consenso relativamente às doenças do miocárdio adaptados à realidade nacional. O anúncio foi feito por Nuno Marques, da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC), na última reunião do Grupo de Estudo que coordena, prevendo-se que comecem a estar disponíveis já no próximo ano.




A 7.ª Reunião Anual do Grupo de Estudo de Doenças do Miocárdio e do Pericárdio (GEDMP), que se realizou recentemente na Figueira da Foz, foi a primeira organizada sob a coordenação de Nuno Marques, do Centro Hospitalar Universitário do Algarve. Acompanham-no, neste seu mandato à frente do GEDMP, as cardiologistas Carolina Lourenço, do CH e Universitário de Coimbra (CHUC), e Inês Cruz, do Hospital Garcia de Orta.


Coordenação do GEDMP (biénio 2017-2018): Nuno Marques com Inês Cruz e Carolina Lourenço

A criação de documentos de consenso em miocardiopatias, que Nuno Marques deixou claro que irão envolver, nalguns casos, outros grupos de estudo da SPC, foi apenas uma das novidades associadas à última reunião magna do GEDMP. Evento que, aliás, bateu todos os recordes em termos de participação, com 175 inscritos no momento em que se dava início aos trabalhos, que se prolongaram por dois dias.

Tendo a seu lado Lino Gonçalves, diretor do Serviço de Cardiologia B do CHUC, e que na ocasião representava a própria SPC, Nuno Marques aproveitou a sessão de abertura para garantir, desde logo, que a atual coordenação “não vai cortar com aquilo que foi feito anteriormente”.



E apresentou como exemplos de continuidade o projeto da newsletter informativa e a certeza de que serão editados mais livros sobre miocardiopatias especialmente dirigidos a doentes e seus familiares.

Entretanto, a 1.ª Reunião Ibérica de Miocardiopatias, realizada em 2017, em simultâneo com a Reunião do GEDMP, conhecerá a sua 2.ª edição em 2019, em Madrid. Também o Prémio criado, em 2016, em parceria com a AstraZeneca, continuará a promover a investigação científica na área das doenças do miocárdio e do pericárdio.



“Investir na formação contínua”

O encontro anual do GEDMP tem conhecido um significativo crescimento de ano para ano. Enquanto ia afirmando ter chegado agora a altura de “reforçar o número de membros do Grupo”, Nuno Marques insistia nas novidades registadas na reunião de 2018. E citou o exemplo dos dois cursos de miocardiopatias realizados com o objetivo de “investir na formação contínua”.



Com um recorde de 37 casos clínicos submetidos, foram selecionados 17 para apresentação, sendo que os dois melhores acabaram por ser premiados com a deslocação e inscrição no próximo Congresso Europeu de Cardiologia. Também o “Miocárdio Quizz”, com as equipas divididas por região (norte, centro e sul), como habitualmente, teve este ano um prémio atribuído ao grupo vencedor.



“A reunião deste ano é marcada pelos cursos, pelos casos clínicos, pelos próprios registos de miocardiopatias e por alguns temas que consideramos chave, como a relação entre desporto e miocardiopatias e a prevenção primária em termos das arritmias nas miocardiopatias”, disse Nuno Marques. E destacou igualmente a apresentação dos documentos de consenso internacionais publicados no último ano, bem como de algumas novidades nas miocardiopatias raras.



Utilidade dos documentos "a nível mundial"


Para Lino Gonçalves, os grupos de estudo da Sociedade Portuguesa de Cardiologia “têm um papel muito importante na elaboração de documentos de consenso”, que são úteis “não só para a Cardiologia portuguesa, mas também para os colegas da Medicina Interna e da Medicina Geral e Familiar”.



Por outro lado, o médico sublinha que o facto de serem em português faz com que “possam ter um impacto a nível mundial”, tendo em consideração o número de países que falam a nossa língua.

Uma “iniciativa extraordinária” 

Mostrando-se satisfeito com “a vitalidade dos grupos de estudo da SPC”, bem exemplificada pela atividade do GEDMP, salientou o “contributo extraordinário no desenvolvimento de registos, que são, de facto, fundamentais para que conheçamos os problemas cardiovasculares da nossa população”, devendo essa informação ser “partilhada com os decisores políticos”.

Ao intervir na sessão de abertura da 7.ª Reunião do Grupo de Estudo de Doenças do Miocárdio e do Pericárdio, Lino Gonçalves fez questão em aplaudir a “iniciativa extraordinária” do GEDMP em elaborar conteúdos sobre as cardiopatias particularmente dirigidos aos doentes e seus familiares.


Comissão Organizadora da reunião: Ana Rita Almeida, Nuno Marques, Olga Azevedo (atrás), Carolina Lourenço e Inês Cruz (ausentes na foto: Luís Rocha Lopes e Emanuel Correia)

Nuno Marques, que preside ao Centro Académico de Investigação e Formação Biomédica do Algarve, sucedeu a Luís Rocha Lopes, consultor de Cardiologia do Barts Heart Centre, St. Bartholomew’s Hospital, em Londres. O coordenador do GEDMP durante dois biénios teve como vogais Olga Azevedo, do Hospital da Senhora da Oliveira, em Guimarães, e Emanuel Correia, do CH Tondela-Viseu.

Ana Rita Almeida, do Hospital Garcia de Orta, integrou, juntamente com a coordenação atual e a anterior do GEDMP, a Comissão Organizadora da reunião da Figueira da Foz.



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