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Nova terapêutica para o cancro da próstata avançado disponível em Portugal

A Sanofi acaba de receber do INFARMED a aprovação da avaliação prévia do cabazitaxel – 60mg concentrado e solvente para solução para perfusão, em combinação com a prednisona ou prednisolona para o tratamento de doentes com cancro da próstata metastático hormono-resistente, previamente tratados com regime que inclua docetaxel.

A decisão do INFARMED baseia-se nos resultados do estudo de fase III, TROPIC que envolveu 755 doentes com cancro da próstata metastático hormono-resistente após tratamento com regime contendo docetaxel.

Arnaldo Figueiredo, urologista e presidente da Associação Portuguesa de Urologia, explica que “hoje em dia é possível detetar e tratar o cancro da próstata em estádios precoces, existindo uma grande variedade de tratamentos para esse tipo de cancro, ainda localizado. O maior desafio em termos terapêuticos está nos casos de cancro da próstata metastizado, especialmente nos refractários à castração. Podermos recorrer a medicamentos como o cabazitaxel é de extrema importância para este grupo de doentes, pois são aqueles que, atualmente, temos mais dificuldade em tratar”.

Já Gabriela Sousa, oncologista e vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia, afirma que “atendendo aos resultados do estudo de Fase III em doentes com cancro da próstata metastizado resistente à castração e após tratamento de quimioterapia com docetaxel, o cabazitaxel demonstrou eficácia em todos os parâmetros clínicos avaliados, que se traduziu num aumento da sobrevivência global dos doentes. A utilização de cabazitaxel será seguramente uma mais-valia para os doentes com cancro da próstata metastizado, em que o objetivo do tratamento é o controlo da doença, quer do ponto de vista sintomático, com melhor controlo da dor, quer do ponto de vista analítico, com melhoria do PSA, e atraso na progressão radiológica da doença”.

Em Portugal, o cancro da próstata ocupa o segundo lugar em incidência de doenças oncológicas e o quarto em taxa de mortalidade. Para o sexo masculino ocupa o primeiro lugar em termos de incidência e o terceiro em termos de mortalidade sendo responsável por cerca de 1600 mortes, por ano. Na maioria dos homens o cancro desenvolve-se de forma lenta e silenciosa, podendo muitos desconhecer que têm a doença, daí que 40 a 50 por cento dos doentes poderem apresentar a doença localmente avançada e/ou metastática no momento do diagnóstico.

Para muitos doentes com cancro da próstata, a doença continua a progredir apesar dos tratamentos prévios realizados – incluindo a castração cirúrgica e/ou hormonal seguida de quimioterapia. O cancro da próstata metastático é um cancro que se espalhou aos gânglios linfáticos ou a outros órgãos do corpo, particularmente os ossos. O cancro da próstata hormono-resistente (ou resistente à castração) significa que se trata de um cancro que continua a evoluir apesar da supressão das hormonas masculinas (castração química) que alimentam o crescimento das células do cancro da próstata. Estima-se que 10-20% dos doentes com cancro da próstata são diagnosticados quando o cancro já está metastizado.

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