Prevalência da insuficiência cardíaca cresce com o aumento da esperança de vida

Nos países ocidentais e no mundo desenvolvido, a prevalência de insuficiência cardíaca,  que atinge sobretudo os escalões etários mais avançados,  tem vindo a aumentar, advertiu a cardiologista Brenda Moura, à margem da Reunião Conjunta dos Grupos de Estudo de Insuficiência Cardíaca (GEIC) e Fisiopatologia de Esforço e Reabilitação Cardíaca (GEFERC) da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC).

A coordenadora do GEIC adiantou que, em 1998 (ano em que foi realizado o último estudo epidemiológico em Portugal), a prevalência de IC era de 4,4% na população acima dos 25 anos de idade. Um número que, perante o aumento da esperança de vida, por um lado, e o facto de terem melhorado os tratamento das situações que eram potencialmente causadoras de mortalidade, como o enfarte agudo do miocárdio, por outro, se estima que tenha aumentado.

Durante a reunião, que decorreu este fim de semana na Curia, foram abordadas três grandes situações relacionadas com a área da IC, nomeadamente a IC com disfunção sistólica, a IC aguda e a IC com fração de ejeção preservada. Além disso, discutiu-se também o tratamento não farmacológico da IC, através de programas de atividade física, assim como a IC nos idosos, uma área que, segundo Brenda Moura, “coloca uma série de questões muito particulares por causa do escalão etário”.

Para a cardiologista, do ponto de vista científico, a reunião conjunta do GEIC e do GEFERC (coordenado por Ana Abreu) representou uma oportunidade para os profissionais de saúde que trabalham a área da IC poderem assistir e participar em reuniões da reabilitação cardíaca e vice-versa. “É importante termos olhares diferentes sobre o que estamos habituados a apresentar”, afirmou.

De acordo com Brenda Moura, “do ponto de vista científico, é necessário que a reabilitação seja desenvolvida enquanto tratamento da IC”. Por outro lado, do ponto de vista organizativo, “é importante conseguir que os doentes possam fazer reabilitação, pois, em Portugal, há um défice do número de doentes que consegue ter acesso a reabilitação”.

Valorizando este tipo de eventos, o presidente da SPC, José Silva Cardoso, que interveio na sessão de boas vindas da reunião, afirmou que “os grupos de estudo são o cerne da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, sendo que o GEIC e o GEFERC “representam o princípio e o fim do espetro cardiovascular”.

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