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Gestores hospitalares visitam hospitais belgas para «estabelecer parcerias de colaboração»

O nosso país tem dos mais antigos parques hospitalares da Europa. Contudo, este não é um impedimento para a aposta em inovação, mas sim uma exigência. Segundo Alexandre Lourenço, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), “comparado com outros países da Europa, o nosso país é inovador em diversas áreas”, como na utilização da monitorização remota de doentes crónicos ou na capacidade de interligação com os cuidados de saúde primários, por exemplo.

O responsável falava no âmbito do 28.º Congresso da European Association of Hospital Managers (EAHM), que teve lugar na Bélgica de 11 a 14 de setembro, e que contou com a presença de cerca de quatro dezenas de gestores portugueses.


Alexandre Lourenço

A estrutura desta edição do Congresso foi diferente da anterior, que teve lugar em Portugal com mais de um milhar de participantes. A base do evento foram as visitas a seis novos hospitais belgas, de acordo com os temas que os congressistas selecionaram, entre os quais big data e saúde digital; finanças e economia da saúde; edifícios inteligentes e logística; gestão, governação e ética em saúde; inovação e tecnologia; e arquitetura curativa.

O evento contou com a presença de cerca de quatro dezenas de gestores portugueses que se distribuíram pelas visitas aos hospitais. De acordo com Alexandre Lourenço, "a expectativa foi que estes pudessem contactar com aquela realidade e, potencialmente, estabelecer parcerias de colaboração".

 

“Na última década, devido à restrição no investimento, a distância tecnológica e organizacional entre os hospitais portugueses e os hospitais belgas aumentou substancialmente, até porque em Portugal temos tido uma elevada restrição ao nível do investimento e financiamento operacional”, afirma. E acrescenta:

“São hospitais modernos que nos trazem novidades na área da arquitetura hospitalar, transformação digital, condições de trabalho, fluxos e serviço ao doente, etc. São hospitais mais eficientes e com uma organização mais centrada no doente.”

Dos vários momentos do Congresso, Alexandre Lourenço destaca os EAHM Innovation Awards 2019, uma iniciativa a que presidiu e que tem como intuito “promover a inovação nos hospitais e disseminar as melhores práticas”.

“Há vários administradores portugueses a trabalhar em hospitais europeus”

“Portugal sempre teve uma tradição grande de presença na EAHM”, realça o responsável, lembrando que além de um dos presidentes ter sido um português (Manuel Delgado), o nosso país já recebeu por três vezes o Congresso Europeu - em 1984 (Espinho) em 1999 (Lisboa), e em 2018 (Cascais).



O próprio presidente da APAH assume o cargo de membro da Direção e da Comissão Executiva, e o administrador hospitalar Victor Herdeiro é presidente da Comissão de Assuntos Europeus. Igualmente, existem outros administradores hospitalares portugueses a participar nos Subcomité Científico e de Comunicação.

Segundo o responsável, “hoje em dia, há vários administradores portugueses a trabalhar em outros países europeus, como o Reino Unido, Luxemburgo, Suíça, Bélgica e França”.
Em Portugal, os administradores hospitalares para além de exercerem funções nos hospitais públicos, trabalham nos vários organismos do Ministério da Saúde, nas direções executivas dos ACES, nos Cuidados Continuados de Saúde e no setor privado.


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