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Radiologia baseada em valor evita «exames desnecessários e riscos para o doente»

“Em ambiente de equipa multidisciplinar, o radiologista poderá melhorar a gestão e potencializar o resultado dos exames requisitados", assegura Carlos Francisco Silva, radiologista no Centro Hospitalar de Setúbal (CHS). Na sua opinião, poderá assim ser prestado auxílio "não só a uma triagem mais eficaz, com base em normas de orientação ou guidelines, mas também pelos pareceres ou segundas opiniões.” 

O médico lançou recentemente o livro “Value-based Radiology – A Practical Approach”, da editora alemã Springer. Uma obra particularmente relevante e onde são desenvolvidos precisamente um conjunto de questões muito atuais relacionadas com esta matéria.

Em declarações à Just News, Carlos Francisco Silva refere mesmo que “esta é a primeira publicação a nível mundial que incide sobre esta temática". Uma obra que "surge na sequência de um trabalho de investigação, em Heidelberg, na Alemanha, com o prestigiado professor Hans-Ulrich Kauczor".

O livro tem na sua génese um trabalho de investigação do radiologista, intitulado “Volume ou Valor? O papel do radiologista na gestão dos exames radiológicos”, e que foi publicado na revista Acta Médica Portuguesa, em 2017.

“Pretendeu-se perceber os motivos e quantificar o número de ecografias e tomografias computorizadas que potencialmente são desperdiçadas a nível da urgência hospitalar no CHS, assim como a importância que o radiologista pode ter na gestão e triagem desses exames.”


Carlos Francisco Silva

As conclusões não podiam ser mais evidentes, segundo o especialista: “O radiologista tem um papel regulador e até dissuasor para evitar exames que são desnecessários, redundantes ou desapropriados, ou mesmo a sua duplicação, diminuindo-se assim os custos para o hospital, ao mesmo tempo que se evitam os riscos para o doente."

Carlos Francisco Silva especifica alguns desses riscos, "tais como os associados à radiação ionizante ou à descoberta de incidentalomas benignos que, muitas vezes, requerem seguimento e mais exames até ao seu cabal esclarecimento, mas que consomem recursos e causam ansiedade, incerteza e intranquilidade no doente".

Este equilíbrio entre o custo e o benefício deve ter assim por base a Medicina baseada em Valor. “Cada vez mais se fala sobre este novo paradigma, já que é uma forma de se prestar bons cuidados de saúde sem custos desnecessários. No caso dos exames, uma boa triagem permite inclusive reduzir listas de espera, eliminando os casos não urgentes ou sem critério. E sempre num espírito de multidisciplinaridade e de trabalho em equipa com o médico prescritor.”



No âmbito do trabalho desenvolvido nesta área, Carlos Francisco Silva foi convidado, no final do ano passado, a participar no Webinar Value-based Radiology – A Modern Practical Approach in the era of Value-based Healthcare da Australian Healthcare and Hospitals Association. “É um tema que é cada vez mais falado a nível internacional pelos benefícios que tem para as unidades hospitalares e, sobretudo, para os doentes.”

Carlos Francisco Silva é licenciado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, tendo feito o Internato da especialidade no Hospital de Santa Maria em Lisboa. Está no CHS, como assistente hospitalar desde 2014, tendo integrado ainda, como investigador (2017-2018), o University Hospital Heilderberg, na Alemanha.



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