Reabilitação cardíaca é subutilizada nos doentes com insuficiência cardíaca
"A reabilitação cardíaca está a ser subutilizada nos doentes com insuficiência cardíaca, nomeadamente naqueles que têm um ressincronizador implantado e em que o dispositivo pode não ser suficiente para melhorar o estado clínico ou funcional.” A afirmação foi proferida pela cardiologista Ana Abreu, no âmbito da Reunião Conjunta dos Grupos de Estudo de Insuficiência Cardíaca (GEIC) e Fisiopatologia de Esforço e Reabilitação Cardíaca (GEFERC) da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, que decorreu na Curia.
“Nem todos os doentes respondem à ressincronização e nós acreditamos que com treino de exercício específico podemos ajudá-los, assim como aos que respondem à terapêutica, potenciando ainda mais os benefícios do ressincronizador”, acrescentou a coordenadora do GEFERC.
Segundo Ana Abreu, foram apresentados resultados preliminares de um estudo, realizado em Portugal, de uma nova modalidade de treino de exercício, denominada treino intervalado, em doentes com insuficiência cardíaca e ressincronizador, e os resultados, até à data, são “animadores”.
Durante o evento conjunto do GEFERC e do GEIC (coordenado por Brenda Moura), foram também discutidos vários problemas relacionados com a reabilitação do doente diabético, hipertenso e obeso. “Considerámos importante trazer estas temáticas para a reunião de modo a que, do ponto de vista prático, se discuta como é possível tratar melhor os doentes.”
Ana Abreu frisou que, em Portugal, a reabilitação cardíaca precisa de ser estimulada, não só após o enfarte do miocárdio, mas também, e em particular, na insuficiência cardíaca, isquémica ou não, por se tratar de doentes de alto risco e que mais podem beneficiar de programas de reabilitação.
A reabilitação cardíaca é um conjunto de medidas, que incluem um programa individualizado de treino de exercício físico e controlo de fatores de risco de doença cardiovascular, que permite reduzir a morbilidade e mortalidade em doentes com problema como a insuficiência cardíaca.