Resposta aos desafios futuros «passa pelo equilíbrio entre Saúde, Ciência e Economia»
“Grande parte da resposta aos desafios futuros passa pelo equilíbrio entre a Saúde, a Ciência e a Economia”, considera Luís Portela, presidente do Health Cluster Portugal (HCP). Aquele responsável falava na sessão de abertura da VII Conferência Anual do HCP, subordinada ao tema “O presente e o futuro da saúde – 4 conversas sobre os 5 P’s que estão a mudar os sistemas de saúde no mundo”.
Luís Portela sublinhou que os desafios futuros devem ser pensados a curto, médio e longo prazos, não se esquecendo a necessidade de “um aprofundamento das abordagens multidisciplinares que envolvam áreas de fronteira com a saúde, como a alimentação, o desporto e o bem-estar”.
Nesse sentido, os 5 P’s debatidos na conferência -- precisão, predição, prevenção, participação e pagamento por performance -- “têm o potencial de desencadear melhorias na saúde, a qual deve estar centrada no cidadão e nas suas necessidades concretas”, salientou.
O presidente do HCP também fez questão de realçar que o futuro da saúde deve assentar na responsabilização de todos os intervenientes, “sobretudo dos cidadãos, devendo-se criar, para isso, condições que permitam às pessoas serem gestoras da sua própria saúde”.
No entender de Luís Portela, as tecnologias de informação e de comunicação na saúde também são uma área importante, em termos assistenciais e para criar bem-estar no dia-a-dia das pessoas.
Outro ponto essencial e que foi realçado prende-se com a possibilidade de a saúde criar valor económico: “Os mercados globais de saúde devem criar valor económico para o nosso país, daí que o HCP promova projetos neste âmbito, aproximando a indústria, os utilizadores, os hospitais e os doentes, que não costumavam caminhar juntos.”
E deixou um alerta: “Os modelos de pagamento por performance, que têm sido discutidos em Portugal e na maioria do mundo, encerram em si um potencial de melhoria no que diz respeito ao balanço entre o investimento e os resultados.”
O ministro da Saúde, Adalberto Campo Fernandes, foi uma das figuras convidadas para a sessão de abertura do evento. Além de ter dado os parabéns ao HCP pelo trabalho realizado, apontou “a capacidade de iniciativa e de empreendedorismo do HCP”. E continuou: “É um exemplo de como a sociedade continua a mobilizar-se, apesar dos constrangimentos políticos dos últimos anos, e como pode ajudar os governos a tomar decisões com base em conhecimento científico.”
Na mesa da sessão de abertura estiveram ainda José Manuel Rebordão, subdiretor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) e presidente do Conselho Diretivo da Fundação da FCUL, e António Feijó, vice-reitor da Universidade de Lisboa.