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Rui Nogueira acredita que «esta é a década da Medicina Geral e Familiar»

Rui Nogueira, que exerce na USF Briosa, em Coimbra, tomou posse como presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF) nos primeiros dias de janeiro de 2015, depois de ter sido eleito por uma esmagadora maioria, com 299 votos a favor, 25 contra e 15 em branco. Apesar de dizer que a atual situação dos médicos de MGF não é a melhor, acredita que “esta é a década da MGF, com a entrada de muitos jovens na especialidade”.

O abrandamento do investimento nos CSP, a falta de equidade no acesso ao médico de família e o hiato geracional dos médicos são as principais preocupações de Rui Nogueira. O presidente da APMGF para o triénio 2015-2017 defende ainda concursos de mobilidade e o descongelamento das carreiras médicas.

Nos últimos tempos, a crise afetou a maioria da população portuguesa e há um maior afluxo às unidades de saúde públicas. “Além dos problemas existentes, os profissionais ainda tiveram de enfrentar este aumento de utentes”, sublinha Rui Nogueira. E garante que “os médicos estão exaustos e desmotivados, apesar de continuarem a dedicar-se aos doentes, que são aqueles que devem estar sempre no centro das atenções”.

O abrandamento da implementação das medidas previstas na reforma dos CSP, nos últimos tempos, também não melhora a situação. “A crise não é a razão para o que está a acontecer, porque a aposta nos CSP é uma forma de poupar, sem se pôr em causa a qualidade dos serviços de saúde prestados à população.”

O que se passa é uma precariedade do ponto de vista organizacional. “Isso deve-se à dificuldade em expandir o modelo de USF. Quando se diz que metade do País já tem estas unidades, não nos podemos esquecer que mais de metade se encontram no Norte.” O problema agudiza-se porque o não investimento em USF significa também uma menor taxa de doentes com médico de família. As repercussões já se fazem sentir.

“O que está a acontecer nas urgências, onde há falta de médicos para um número tão elevado de pacientes, está relacionado com a falta de resposta a problemas agudos que poderiam ser resolvidos nos CSP.” Um problema que Rui Nogueira espera ver resolvido ou não fosse a reforma dos CSP considerada um caso de estudo a nível internacional, nomeadamente pela OMS.



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