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São já conhecidos resultados do programa de intervenção e promoção da saúde mental juvenil

Os primeiros resultados do “Young Health Programme (YHP) – Like ME”, programa de intervenção e promoção da saúde mental juvenil, revelam que os jovens têm comportamentos de saúde adequados, baixa percentagem de comportamentos de risco e de bullying, enquanto agressores, e uma perceção positiva da auto-estima e autoconceito.

O estudo realizado pelo Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa, em articulação com a Médicos do Mundo (MdM), foi apresentado esta 4ª Feira, 28 de janeiro.
 
O objetivo do estudo sobre os Conhecimentos, as Atitudes e as Práticas (CAP) agora apresentado, foi caraterizar, em matéria de saúde, de bullying, de auto-estima e de autoconceito, as populações juvenis inseridas nos diversos projectos de intervenção comunitária que integram o “YHP – Like ME” na Região de Lisboa. Lançado oficialmente em Fevereiro de 2013, este programa pretende até 2015 aumentar em 30% a auto-estima e em 10% o número de jovens capacitados na área da saúde mental.
 
O “YHP” é o maior programa de responsabilidade social corporativa da AstraZeneca, a nível global, desenvolvido em parceria com a Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health e a Plan International, que decorre actualmente em 20 países em diferentes áreas da saúde. Em Portugal, com apoio local da Médicos do Mundo, o programa assume a denominação de “YHP-Like ME” e com foco na saúde mental. Direcciona-se a jovens entre os 10 e 12 anos, integrados em projectos Escolhas, com reduzido acesso a cuidados de saúde e em situação de vulnerabilidade, alterações no desenvolvimento ou problemas comportamentais relacionados com autoconceito, auto-estima e auto-imagem.
 
A importância deste programa foi entretanto reconhecida internacionalmente no ano passado pela UNICEF/NCD Child, tendo sido seleccionado para participar no processo de consulta do novo capítulo sobre prevenção das Doenças Não Transmissíveis (DNT) do Manual “Factos para a Vida”. À semelhança das questões de saúde mental, com esta parceria, o programa também vai passar a debruçar-se sobre o tema das DNT.
 
Comportamentos de agressão são raros
 
Os jovens raramente têm comportamentos de agressão e, quando estes existem, são mais frequentes relativamente aos colegas do que aos professores. Esta é uma das conclusões do estudo sobre os Conhecimentos, as Atitudes e as Práticas que abrangeu 113 jovens integrados no “Like ME”, sendo que, dos que responderam ao inquérito realizado, 58 eram do sexo masculino e 50 do sexo feminino, com idades entre os 9 e os 13 anos.
 
Os jovens revelam mais comportamentos de observação de agressão, seguidos de comportamentos de vitimização, e por último, comportamentos de agressão. A maioria nunca foi portador de uma arma de fogo ou arma branca e, no último mês a maioria não faltou à escola por sentir insegurança no local ou no seu trajecto.
No último ano a maioria envolveu-se numa luta física duas vezes, tendo uma ocorrido no recinto escolar. 96,5% refere nunca ter sido agredido fisicamente pelo namorado (a) ou forçado (a) a actos de intimidade ou sexuais.
 
Maioria não iniciou vida sexual
 
A maioria dos jovens refere não ter iniciado a vida sexual. Dos cinco que responderam afirmativamente, quatro referem que aconteceu entre os 10 e 11 anos, tendo ocorrido com um, três ou quatro parceiros. No último mês dois jovens tiveram relações sexuais com uma pessoa.
 
Na última vez que tiveram relações sexuais, quatro jovens não usaram preservativo ou qualquer método anticoncepcional. Nenhum jovem engravidou alguém ou ficou grávida. A maioria dos jovens refere já ter ouvido falar sobre SIDA ou VIH, no entanto 37 nunca ouviram.
 
É ainda de salientar que pouco menos de metade dos jovens foi a uma consulta de dentista, exame de rotina ou tratamento dentário nos últimos 12 meses, sendo que 11% nunca recorreu a estes profissionais de saúde.
 
Negada experiência com tabaco, álcool e drogas
 
A experiência com o fumo do tabaco, ingestão de bebidas alcoólicas e consumo de drogas foi negada pela maioria dos jovens. No entanto, quatro referiram ter fumado um cigarro inteiro entre os 5 e os 11 anos e 17% consumiu bebidas alcoólicas entre os 6 e os 13. A maioria refere nunca ter experimentado marijuana, LSS, ácido, ecstasy ou cogumelos. Quanto à experiência com drogas inalatórias ou drogas duras, a maioria nega e apenas um jovem refere o seu consumo.
 
É ainda de salientar que, no último ano, a maioria dos jovens não se sentiu triste ou sem esperança de forma a sentir necessidade de abandonar as suas actividades habituais nem pensou em magoar-se a si próprio intencionalmente. No entanto, é de registar que 5,4% dos jovens fez planos ou tentou magoar-se a si próprio intencionalmente.
 
Ao nível dos comportamentos de segurança é de realçar que 73,5% nunca usou capacete ao andar de bicicleta nos últimos 12 meses mas 61,1% utiliza cinto de segurança todas as vezes que anda de carro. Quanto à condução sobre efeito do álcool, um dos jovens referiu ter conduzido 21 vezes sobre esse efeito no último mês.
 
No que diz respeito ao autoconceito e auto-estima, os jovens revelam diferentes percepções, embora de forma geral positivas: razoável competência e desempenho escolares; boas competências sociais; boa percepção da sua aparência; razoável competência atlética e comportamento. Os jovens apresentam um razoável autoconceito global e consideram o autoconceito importante.

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