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Saúde Mental: Debate em Gondomar sobre «uma ideia a reabilitar»

"À semelhança do que acontece noutras especialidades, também na Psiquiatria os cuidados hospitalares têm de se alargar aos cuidados de proximidade, ou seja, mais próximos do cidadão e em articulação com os cuidados de saúde primários.” A visão foi partilhada por Paulo Barbosa, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Porto (CHP).

Aquele responsável falava na sessão “Saúde Mental – uma ideia a reabilitar”, que teve lugar, há dias, em Gondomar. A iniciativa, que decorreu no âmbito da comemoração do Dia Mundial da Saúde Mental, foi organizada pelo Serviço de Psiquiatria e Saúde Mental do CHP, dirigido por Alice Lopes.


Elementos da Comissão Organizadora da iniciativa: Anabela Faria, Sara Viveiros, Olga Brites, Jorge Pereira, Sara Moreira e Alice Lopes

Na sua intervenção, Paulo Barbosa lembrou que o envelhecimento da população está associado ao crescimento do número de casos de doenças mentais, "devem ser abordadas não só pelas especialidades hospitalares, como a Psiquiatria, a Medicina Interna ou a Neurologia, mas também, obviamente, pela Medicina Geral e Familiar".



“Sabemos que os cuidados de proximidade são essenciais e temos consciência que é necessário alargá-los”, frisou, acrescentando que a sociedade moderna trouxe novos desafios e problemas na área da Saúde Mental, associados a uma vida “mais turbulenta”.

O responsável fez questão de sublinhar o empenho do CHP em promover a articulação com os cuidados de saúde primários, considerando como "um dos objetivos" que é transversal a toda a instituição.

Deu mesmo um exemplo muito atual desse empenho: A realização sistemática de colheita de análises num dos centros de saúde do ACES de Gondomar "que foi iniciada recentemente, esperando-se que, em breve, a mesma possa ser alargada a todo o ACES de Gondomar e, posteriormente, ao ACES Porto Ocidental".



"Despsiquiatrizar a Saúde Mental"

António Leuschner, presidente do Conselho de Administração do Hospital Magalhães Lemos, foi um dos oradores convidados do evento. O presidente do Conselho Nacional de Saúde Mental sublinhou a “urgência de despsiquiatrizar a Saúde Mental", ao intervir numa mesa-redonda centrada no tema “Saúde Mental no Século XXI”.

“Cada vez mais, tem de se ter a noção que a Saúde Mental das populações, e a ajuda quando esta falta, corre cada vez mais para fora do âmbito do estatuto da Psiquiatria”, explicou.


Catarina Guimarães, Jorge Bouça, Paulo Barbosa, Alice Lopes e Aurora Vieira

Além de Paulo Barbosa e Alice Lopes, na sessão de abertura marcaram também presença Catarina Guimarães, vogal do Conselho Clínico de Gondomar, Jorge Bouça, presidente do Conselho Regional de Saúde Mental do Norte, e Aurora Vieira, vereadora do Pelouro do Desenvolvimento do Potencial Humano da Câmara Municipal de Gondomar.

Desenvolvimento da Saúde Mental no Norte

Ao usar da palavra na sessão de abertura, Jorge Bouça, em representação do presidente do Conselho Diretivo da Administração Regional de Saúde do Norte, Pimenta Marinho, começou por expressar o “apoio efetivo” que a ARS Norte tem prestado à Saúde Mental, bem como o interesse que tem demonstrado no desenvolvimento desta área na Região Norte.



Segundo o interlocutor, comparativamente aos países mais desenvolvidos da Europa, Portugal ainda está “muito atrasado” no que respeita à Psiquiatria Comunitária.

“Temos de saber partilhar, dialogar e comunicar"

“Contamos com o apoio que terá de haver por parte do ACES de Gondomar, no sentido de abrir algumas portas e dialogar com o Serviço de Psiquiatria e Psicologia da Saúde do CHP”, afirmou, realçando que "as plataformas municipais são parceiros fundamentais para o desenvolvimento da Psiquiatria Comunitária".

“Temos de saber partilhar, dialogar e comunicar de forma a podermos potenciar todo o arsenal que temos ao serviço das pessoas que necessitam e que, em Portugal, infelizmente são muitas”, acrescentou.

Jorge Bouça recordou ainda que Portugal é um dos países da Europa e do mundo com as mais elevadas taxas de prevalência de síndrome de ansiedade, “uma das doenças mentais graves ainda com muita ausência de resposta”.

“Do CHP o que esperamos é o esforço de olhar para o Serviço de Psiquiatria e Saúde Mental como tem de olhar para outros serviços”, referiu, salientando que todos os pequenos investimentos que sejam feitos nesta área "podem poupar muito dinheiro a todos".


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