Dermatologia no SNS: necessidade de uma rede de cuidados «mais capacitada»
A Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia (SPDV) está preocupada com a diminuição do número de especialistas no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e pretende, em conjunto com o Ministério da Saúde, encontrar formas de reverter esta situação e poder contribuir para uma rede de cuidados mais capacitada à população portuguesa.
Este foi um dos temas fortes da Reunião de Primavera 2017 da SPDV, que se realizou em Lisboa no último fim de semana e que foi, inclusive, abordado na sessão de encerramento do evento, onde foi discutido o futuro da Dermatologia enquanto especialidade médica.
António Massa, presidente da SPDV, alerta que os números não enganam e que, neste momento, "cerca de 70% dos especialistas estão nos sistemas de saúde privados".
O especialista admite que a explicação para este desequilíbrio "poderá estar na maior e melhor componente tecnológica que estas estruturas oferecem, tão importante em áreas como a das doenças autoimunes".
A este propósito, Paulo Lamarão, secretário-geral da SPDV, realça que o SNS sofreu, nos últimos anos, algumas modificações a que a Dermatologia não é imune: “observámos a saída de médicos especialistas que se aposentaram por vicissitudes que todos conhecemos".
Na sua opinião, este é "um setor extremamente importante e que mantém uma distribuição de dermatologistas pelos hospitais mais importantes do país, embora haja áreas geográficas que estão deficitárias. Cabe-nos arranjar forma de modificar estas assimetrias.”
Direção da SPDV: Alberto Mota (tesoureiro), Paulo Lamarão (secretário-geral), Evelina Ruas (vogal), António Massa e Miguel Peres Correia (vice-presidente).
Por outro lado, a SPDV sublinha a importância da formação dos novos especialistas no SNS, embora reconheça que, hoje em dia, essa formação também se deve começar a fazer no setor privado.
“Com vontade do Ministério da Saúde e a colaboração da SPDV, devemos contribuir para que os cuidados de saúde, dentro do SNS, melhorem no nosso país”, considera Paulo Lamarão. A posição é reiterada por Miguel Correia, vice-presidente da SPDV, que destaca ser fundamental que os centros que fazem formação no SNS possam fazê-lo com a qualidade exigida, "por forma a criarem médicos dermatologistas de qualidade".