Cardiologista Damião Cunha homenageado pelo trabalho «absolutamente pioneiro»
Convidado a proferir uma conferência onde dissertou sobre a experiência de duas décadas do Hospital Pedro Hispano em termos de integração de cuidados, Damião Cunha ouviu elogios e muitos aplausos de quem enchia o auditório da ULS de Matosinhos.
A sua intervenção realizou-se no âmbito de uma sessão do “Caminho dos Hospitais” – iniciativa da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH).
Coube a Cristina Gavina, atual diretora do Departamento de Medicina da ULS de Matosinhos, sublinhar “o trabalho meritório e absolutamente pioneiro do Prof. Damião Cunha”, referindo-se a “uma pessoa que marcou muito os cardiologistas”.
Mas não só: “Conseguiu ser um homem que fez a diferença também na forma de pensar os cuidados a prestar aos doentes com patologia médica.”
Implantação de um modelo "bastante diferenciador"
A propósito desta homenagem, Cristina Gavina salientou, em declarações à Just News, que, para além de ser “um cardiologista de referência a nível nacional”, Damião Cunha “trouxe para Portugal as mais variadas técnicas”, tendo sido pioneiro, no Norte, na implantação de pacemakers e na realização de cateterismos, por exemplo.
O médico fez grande parte da sua formação médica nos EUA, “o que lhe permitiu ter uma visão diferente daquilo que era a prestação de cuidados, comparativamente com o que acontecia na maior parte dos países europeus”. Consequentemente, acabou por ser implementado em Matosinhos “um modelo que tem sido bastante diferenciador da nossa unidade”.
Momento do descerramento de uma placa com o nome do cardiologista homenageado, afixada no Departamento que criou: Cristina Gavina, Victor Herdeiro (presidente do Conselho de Administração da ULS Matosinhos, Artur Osório (primeiro presidente do Conselho de Administração do Hospital Pedro Hispano) e Damião Cunha.
"Estudar o doente de forma mais holística"
“Conseguimos uma cooperação entre as várias especialidades médicas que nos permite otimizar recursos e estudar o doente de forma mais holística relativamente a outros modelos, que se caracterizam por uma divisão de serviços por patologia e não estão propriamente centrados no doente”, explica Cristina Gavina.
E especifica: “Cada especialidade tem o doente internado em função da patologia principal que é motivo de diagnóstico, mas muitas vezes falha-se naquilo que é a integração de todos os cuidados de que o doente necessita ter para além daquilo que o levou ao hospital.”
Na ULS de Matosinhos, a Medicina Interna tem a responsabilidade da gestão dos doentes internados e as restantes especialidades são solicitadas a intervir em função das patologias específicas de cada caso.
“Essa colaboração surge para procurar melhorar o tratamento desses doentes e prestar os cuidados relacionados com meios complementares de diagnóstico e terapêuticas que, obviamente, os colegas de Medicina Interna não têm o Know how para realizar”, esclarece a diretora do Departamento de Medicina da ULS de Matosinhos.