ULS Médio Tejo cria Unidade da Mama em Torres Novas
A Unidade Local de Saúde do Médio Tejo (ULS Médio Tejo) acaba de anunciar que vai avançar com a criação de uma Unidade Multidisciplinar dedicada ao Cancro da Mama. Esta nova valência, que ficará na Unidade Hospitalar de Torres Novas, terá uma enfermaria de internamento dedicada e integrará o diagnóstico, estadiamento, reunião de decisão de terapêutica multidisciplinar e tratamento – médico, cirúrgico e radioterapia - do cancro da mama.
De acordo com a ULS, "a qualidade e diferenciação do projeto submetido à Direção Executiva do SNS foram decisivas para manter a atividade cirúrgica do cancro da mama na região do Médio Tejo".
É adiantado que a nova unidade vai envolver uma equipa intra-hospitalar de mais de 15 profissionais de saúde, entre os quais duas cirurgiãs com diferenciação em neoplasia da mama, dois oncologistas que acompanham mais de uma centena de mulheres com cancro de mama metastizado, e dois radiologistas com diferenciação ao nível da imagiologia da mama. A Unidade da Mama da ULS Médio Tejo vai contar, ainda, com o apoio das especialidades de radioncologia e anatomia patológica.
Ao nível dos equipamentos, são destacadas as "excelentes condições do Bloco Operatório de Torres Novas e de avultados investimentos recentemente realizados em equipamento de Imagiologia".
Ligação aos cuidados primários
A Unidade da Mama da ULS Médio Tejo conta com o envolvimento, "desde o primeiro momento, dos Cuidados Primários (CSP) da região, para potenciar o rastreio e a referenciação de novos casos, bem como no acompanhamento das utentes em tratamento", sendo partilhado um dado interessante que reflete essa mesma dinâmica:
"Atualmente, mais de 55% dos casos de Cancro da Mama referenciados para tratamento hospitalar são referenciados pelos Cuidados de Saúde Primários."
Projeto assegura "inequivocamente a diferenciação dos especialistas"
Foi através da submissão e aprovação deste "projeto diferenciador" que o Conselho de Administração (CA) da ULS Médio Tejo conseguiu reverter uma recomendação do Grupo de Trabalho para a Elaboração da Rede de Referenciação Hospitalar de Cirurgia Geral à Direção-Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS), que teria "forte impacto na região".
Essa recomendação propunha cessar a atividade cirúrgica da neoplasia da mama na ULS Médio Tejo e referenciar as doentes diagnosticadas e em tratamento para a ULS Leiria.
No projeto apresentado, foi sustentado que a criação da Unidade da Mama "garante inequivocamente a diferenciação dos especialistas na prestação dos cuidados, facilitando o acesso de proximidade e potenciando a humanização". Foi igualmente defendido que "a qualidade e segurança dos cuidados prestados às doentes do Médio Tejo, no domínio do cancro da Mama, está devidamente assegurada com a equipa multidisciplinar constituída".
Por outro lado, foi considerado que "permite atrair à ULS Médio Tejo profissionais experientes e diferenciados numa área tão central no futuro da Medicina como é a da Oncologia".
Atualmente existem cerca de 260 doentes em tratamento para a neoplasia da mama nesta unidade. Em 2023 foram realizadas 65 cirurgias ao cancro da mama no Hospital de Torres Novas. E é precisamente "através de uma maior articulação com os cuidados de saúde primários", assim como com a promoção de programas de rastreio, que a Unidade da Mama pretende "aumentar significativamente a sua atividade", prevendo atingir a centena de cirurgias anuais.