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Unidade de Reabilitação Pediátrica otimiza acesso a cuidados no norte do País

A Unidade de Reabilitação Pediátrica do Centro de Reabilitação do Norte (CRN) - Dr. Ferreira Alves começou a funcionar no dia 6 de outubro de 2014. Sob gestão da Santa Casa da Misericórdia do Porto, localiza-se junto da Praia de Valadares, no concelho de Vila Nova de Gaia.

Em entrevista à Just News, o diretor da unidade, Renato Nunes, especialista em Medicina Física e de Reabilitação (MFR), assegura ser "muito gratificante fazer parte deste projeto desde o início" e explica o principal motivo:

"Esta Unidade veio dar resposta às crianças que precisam de reabilitação em regime de internamento, integral, abrangente e intensivo e que, anteriormente, tinham de se deslocar ao Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão (CMRA), ou ao estrangeiro, para terem acesso a cuidados”.



São 3 médicos fisiatras – um dos quais a tempo parcial –, um pediatra, 3 terapeutas ocupacionais, 2 fisioterapeutas, 2 terapeutas da fala, 7 enfermeiros, 7 auxiliares, uma psicóloga, uma nutricionista e uma assistente social que compõem a equipa. “Temos 10 camas no Internamento e recebemos entre 60 a 70 crianças no Ambulatório”, diz.

No Internamento predominam os casos de lesões encefálicas traumáticas devido a quedas ou acidentes, mas também situações de lesão medular, acidente vascular cerebral (AVC), inflamações do Sistema Nervoso Central, doenças metabólicas, genéticas e, pontualmente, patologias musculoesqueléticas e ortopédicas (pós-operatórios de grandes cirurgias).

O grupo menos prevalente é o de casos de síndrome de Guillain Barré. No Ambulatório há condições mais benignas, tais como o torcicolo muscular congénito, e outas mais complexas, como a lesão obstétrica do plexo braquial, deformidades congénitas, dificuldades de comunicação e disfagia.



Na Unidade há vários tipos de terapia, nomeadamente Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Terapia da Fala, intervenção em sala de snozelen, reabilitação neuropsicológica para reeducação de défices cognitivos com recurso informático, administração de toxina botulínica, bacofleno intratecal e técnicas de infiltração ecoguiadas.

O facto de ser um espaço novo, com profissionais diferenciados, também torna o ambiente mais favorável à recuperação. E não se trata apenas de ter instalações novas e uma equipa qualificada e dedicada, mas também de pensar em determinados pormenores. “Por exemplo, os pais das crianças internadas têm  uma cama, ao lado dos filhos, para não terem de dormir num cadeirão desconfortável”, aponta Renato Nunes.

No CRN há ainda espaço para a ludoteca, para as crianças e os jovens poderem ter algum acompanhamento letivo.



“A nossa aposta não é apenas na reabilitação, mas também na reintegração social, para que estas crianças possam vir a ser adultos participativos”, afirma o nosso interlocutor.

A Unidade dá, sobretudo, apoio a doentes do SNS, referenciados a partir de todos os hospitais da região norte, nomeadamente, Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, Centro Hospitalar e Universitário do Porto, Centro Hospitalar de São João e também a partir dos cuidados de saúde primários e de hospitais da região centro.



Ver o doente "como um todo"

Renato Nunes  trabalhou no Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro – Rovisco Pais, na Tocha, de onde saiu para o Hospital Pediátrico de Coimbra – CHUC, participando nos primeiros passos da Unidade de Reabilitação Pediátrica.

Natural de Tarouca, voltou ao norte do País, em 2014, para abrir a Unidade de Reabilitação Pediátrica do CRN e para se tornar diretor da Unidade de TCE de adultos, com 15 camas, a primeira organizada como tal em Portugal.

É vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação (SPMFR) e editor-chefe da Revista Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação, da SPMFR.

O que mais o fascinou (e ainda fascina) na MFR é o facto de ser uma área “complexa, mas holística, que vê o doente como um todo, incluindo na sua funcionalidade e na integração na vida social”.



Questionado sobre o que mais o marcou na sua interação com crianças e jovens, Renato Nunes diz que é a capacidade de resposta a situações extremas: “Todos eles passam por problemas muito graves, a vida altera-se por completo em segundos, mas, mesmo assim, conseguem ver nas suas limitações e nesse momento difícil uma oportunidade.”



A reportagem completa pode ser lida na última edição de LIVE Medicina Física e de Reabilitação, onde são entrevistados ainda outros profissionais da unidade.

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