«Estamos cada vez mais empenhados numa terapêutica integrada da menopausa»

A última reunião da Sociedade Portuguesa de Ginecologia (SPG), realizada no início de março, veio demonstrar, de acordo com Cláudio Rebelo, que “a terapêutica da menopausa já não é só hormonal, mas muito mais multidisciplinar”, envolvendo especialistas de outras áreas que não apenas a Ginecologia/Obstetrícia.



O presidente da Secção Portuguesa de Menopausa da SPG faz uma avaliação “muito positiva” do evento realizado na Figueira da Foz, cujo programa foi da responsabilidade da coordenação daquele grupo de trabalho da Sociedade Portuguesa de Ginecologia.

“Foi uma aposta ganha o decidirmos fazer uma reunião procurando a multidisciplinaridade, buscando o conhecimento dos colegas de outras especialidades, como a Endocrinologia, a Cardiologia, a Fisiatria, a Psicologia, a Psiquiatria, a Medicina Desportiva ou a Nutrição, por exemplo”, afirma Cláudio Rebelo, lembrando “a quantidade de colegas que no fim de cada mesa-redonda queriam intervir e colocar questões”.



“Estamos no cimo do icebergue, procurando aplicar uma terapêutica integrada da menopausa, já não só hormonal, mas muito mais disciplinar, não apenas com aquela preocupação com os primeiros 5 ou 10 anos de entrada na menopausa, mas sim prolongada no tempo”, sublinha o médico, que coordena a Ginecologia/Obstetrícia do Hospital CUF Porto.


Cláudio Rebelo

Como explica, “quisemos fugir de uma simples reunião de ginecologistas para ginecologistas, explorando temas que habitualmente não são abordados nestas reuniões dedicadas à menopausa”. Cita o envolvimento, nomeadamente, de “colegas da Medicina Interna com especial dedicação à Geriatria, falando de temas como a sarcopenia”. E refere as sessões promovendo o debate em torno da “menopausa acima dos 70 anos, acima dos 80 anos…”


Aplicação de telemóvel facilita decisão terapêutica

A inovação também esteve presente na reunião da Figueira da Foz, “com a indústria farmacêutica a mostrar que aposta de novo nas terapêuticas para as mulheres na menopausa, o que se tem refletido no lançamento de novos fármacos nos últimos 5 anos e que promete continuar”.

“Dá-nos a certeza de que há vontade, por parte da indústria e da ciência médica, em procurar soluções para estas mulheres que entram na menopausa, que têm sintomas, que veem diminuir a sua qualidade de vida”, sublinha Cláudio Rebelo, que destaca o lançamento, no segundo dia do evento, de uma aplicação para telemóvel destinada a facilitar a escolha da terapêutica na menopausa.


Coordenação da Secção Portuguesa de Menopausa da SPG: Ana Fatela, Cláudio Rebelo e Maria João Carvalho

“De facto, cada vez mais queremos os colegas mais digitais, com outras ferramentas de fácil acesso, rápidas, intuitivas e aplicando os critérios da Sociedade Espanhola de Menopausa”, afirma o nosso entrevistado, acrescentando: “Conseguiu-se, com esta parceria, lançar uma aplicação que está aberta aos médicos de todas as especialidades, nomeadamente aos de Medicina Geral e Familiar.”




Cláudio Rebelo esclarece que, “com o simples preenchimento de algumas características clínicas, como a idade, a informação sobre há quanto tempo a mulher está em menopausa e a descrição de eventuais comorbilidades, obtém-se um score de risco que nos ajuda a orientar para as terapêuticas disponíveis mais adequadas a cada mulher”.


Claúdio Rebelo e Fátima Faustino, presidente da SPG

O presidente da Secção Portuguesa da Menopausa da SPG não quis deixar de comentar a sessão em que os participantes na reunião foram convidados a fazer algum exercício físico, “para não nos esquecermos de que não somos apenas profissionais que tratam dos outros, também sabemos tratar de nós e preocupamo-nos com o nosso autocuidado e a nossa saúde”.



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