Opinião
Assessoria de Imprensa em saúde
Catherine Pereira
Assessora de Imprensa
O processo comunicacional é extremamente importante em qualquer organização. Na área da saúde o seu papel torna-se cada vez mais fulcral, não apenas porque a comunicação é o meio de informação que aproxima as instituições dos seus diferentes públicos, mas também porque, bem utilizada, serve como mediadora para resolver conflitos existentes dentro de organizações humanas tão complexas como são as instituições de saúde.
A Assessoria de Imprensa (AI) surge como uma área comunicacional presente em diversos âmbitos setoriais e que pode ser exercida por um profissional de Relações Públicas, assumindo, presentemente, um papel cada vez mais importante na área da saúde.
À AI estão associados diversos desafios, tendo como atividade principal o dever de informar todos os públicos-alvo, fazendo-o através de um trabalho de qualidade e eticamente responsável (importantíssimo para a imagem das instituições e da sua própria sustentabilidade).
A AI está, por norma, nos “bastidores”, mas o seu trabalho é bem visível aos olhos de todos. E é aqui, no trabalho de bastidores, que podemos e devemos fazer a diferença.
A AI em saúde (ou em qualquer outra área) não deve nem pode surgir apenas como elemento reativo às notícias negativas sobre uma instituição, ou seja, ela deve ser proativa na criação de informação produtiva, positiva e educativa, sendo que deve trabalhar em conjunto com os diferentes intervenientes existentes numa instituição (administrações, profissionais de saúde, parceiros externos e media), baseando-se numa relação organizada e de confiança.
Na verdade, os processos comunicacionais em saúde não começam e acabam na AI, estes só resultam totalmente quando há o envolvimento de todos os intervenientes no processo de comunicação interna e externa de uma instituição, acompanhando-nos na disseminação dos conteúdos informativos, ajudando-nos a informar e melhorando os níveis de literacia em saúde.
A realidade é muito simples: a informação que a AI produz só tem verdadeiro impacto quando todos os envolvidos estão certos da importância da comunicação como fonte de maior proximidade dentro e fora da instituição, não esquecendo nunca a população que servimos.
Catherine Pereira
Cultivarmos uma estratégia de comunicação com menos “muros” e mais “pontes” torna possível a produção de informação com o sentido de serviço público, com conteúdos fidedignos e responsáveis na disseminação de informação neste setor.
Comunicar uma notícia (seja ela positiva ou negativa) e produzir conteúdos criativos, informativos e educativos (em papel ou no espaço digital) só têm o alcance desejado quando há uma estratégia de comunicação organizacional bem definida.
Na verdade, a comunicação é uma ferramenta que melhora os processos internos e externos de uma instituição de saúde, facilitando o diálogo organizacional e levando a uma maior vontade de ação (melhorando, inevitavelmente, a produtividade da mesma).
O ideal será encontrar-se o equilíbrio para que esta relação comunicacional entre todos os envolvidos tenha o resultado pretendido na saúde: uma comunicação que enriquece e consolida uma instituição, aumentando o sentido de pertença dos profissionais relativamente à mesma e trabalhando no sentido de minorar a desinformação, ou seja, contribuindo para um maior reforço na autonomia dos utentes aquando da leitura de uma notícia sobre saúde.
Na comunicação em Saúde o protagonista será sempre quem servimos e as fontes devem ser apenas mediadoras na difusão de maior esclarecimento/conhecimento da informação. A comunicação em saúde deve ser muito mais do que apenas produzir notícias.
A verdade é que, independentemente da evolução tecnológica, nunca nada será melhor (ou substituirá) o trabalho em “equipa”.
Como já dizia Bill Gates: “Eu sou um grande crente de que qualquer ferramenta que melhore a comunicação tem efeitos profundos na forma como as pessoas aprendem umas com as outras (...).”