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Comissão Organizadora empenhada na preparação do Congresso Português de Cardiologia (CPC) 2016




Um evento da dimensão do Congresso Português de Cardiologia começa a ser preparado com um ano de antecedência. A edição de 2016, que decorre de 23 a 26 de abril, em Vilamoura, não é exceção. A Just News acompanhou, na Delegação Norte da SPC, uma das reuniões de trabalho da Comissão Organizadora do CPC2016 e esteve à conversa com os cinco elementos que, além do presidente do Congresso, Nuno Bettencourt, marcaram presença nesse dia.

Presenciais ou com recurso às novas tecnologias de informação, como o Skype, têm sido várias as reuniões levadas a cabo pela Comissão Organizadora do CPC2016, que este ano tem como lema “O Pulsar da Ciência, ao Ritmo do Coração”.



Aos 41 anos, Cristina Gavina, cardiologista no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, e assistente da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, integra pela terceira vez a Comissão Organizadora do Congresso Português de Cardiologia, participando na elaboração do programa científico, sobretudo na área mais relacionada com a prevenção cardiovascular, a reabilitação cardíaca, as miocardiopatias e a doença cardíaca isquémica.

De acordo com a médica, cada um dos membros da Comissão Organizadora é responsável por uma área em que tem maior expertise e, nesse sentido, conhece melhor as pessoas que, em Portugal, estão mais dedicadas a cada uma das áreas, o que lhe permite dar o seu contributo de uma forma mais assertiva.

No entanto, sublinha, “temos tentado estabelecer uma comunicação muito intensa entre os vários elementos que estão a desenvolver atividade na Comissão Científica, no sentido de podermos ter o maior input possível de informação, para que possamos garantir que não estamos a ter a visão de um túnel na nossa área e esquecermos as outras“.

A cardiologista considera “fantástico” poder contribuir para um grupo de trabalho dinâmico, o que é uma oportunidade única de contactar com colegas de outros pontos do país e enriquecer o programa científico de um dos maiores congressos em Portugal.

Sobre o CPC2016, Cristina Gavina realça a preocupação com a inclusão de conteúdos mais clínicos e menos relacionados com técnicas, para que todos estejam refletidos no Congresso e possam encontrar pontos de interesse ao longo de todo o evento. Nesse sentido, indica, “há áreas e sessões que se vão repetindo nas mesmas salas, para permitir uma continuidade dentro de uma linha de conteúdos mais clínicos e menos técnicos”.

Outra das grandes particularidades do Congresso que salienta é o facto de “abrir a porta” a outros clínicos que não cardiologistas, sobretudo aos especialistas em Medicina Geral e Familiar e em Medicina Interna, assim como aos internos, nomeadamente aqueles que vão pela primeira vez ao Congresso, com iniciativas que lhes são particularmente dirigidas.

Nesse sentido, foi criada uma iniciativa intitulada “CPC para todos”, que se destina a todos os profissionais de saúde e investigadores que pretendam participar no Congresso Português de Cardiologia a baixo custo. Tal como a iniciativa “O meu primeiro CPC”, que tem como finalidade que os mais jovens vão ao Congresso com um custo muito reduzido.



Cursos pré-congresso abrangem áreas para além da Cardiologia

Para Pedro Azevedo, 42 anos, cardiologista do Hospital de Braga e secretário-adjunto da SPC, tem sido aliciante a experiência de pertencer à Comissão Organizadora do CPC2016. Além do apoio que tem dado na construção do programa científico, o médico tem a seu cargo a preparação dos cursos pré-congresso, que este ano decorrem na sexta-feira, antes do início do Congresso, e se prolongam até à manhã de sábado.

O cardiologista salienta que os cursos pretendem também abranger outras especialidades para além da Cardiologia, havendo uns mais técnicos e outros mais práticos. Destaca a realização dos cursos de suporte avançado de vida no adulto e pediátrico, considerados essenciais para a atividade profissional hospitalar de diversas especialidades, bem como o SAVIC (suporte avançado na insuficiência cardíaca aguda) e cursos de ecocardiografia e eletrocardiografia dedicados a não cardiologistas no serviço de urgência e nos vários contextos de patologia cardíaca, iniciativas promovidas pela Escola de Formação da Sociedade Portuguesa de Cardiologia.

Pedro Azevedo adianta que haverá também cursos práticos de colocação ecoguiada de cateteres venosos e um curso de suporte circulatório mecânico agudo que vai incidir nas indicações de manejo da ECMO (oxigenação por membrana extracorpórea). Terá lugar, ainda, uma versão diferente do STEMINEM, uma iniciativa da APIC, o STEMI-CARE, que “visa ser um curso prático da abordagem das síndromes coronárias agudas no contexto de urgência”.

“Tencionamos ter outros cursos, ainda em fase de preparação”, sobre cardiopatia na grávida, abordagem técnica das TAVI, tratamento da insuficiência cardíaca numa fase mais crónica e fisiologia coronária.

“Estamos a conseguir ter cursos mais técnicos para situações agudas e depois temos outros para uma abordagem mais crónica e em ambulatório, mais dirigidos a outras especialidades, como a Medicina Geral e Familiar e a Medicina Interna”, conclui.


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