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19.º Congresso Nacional da APMGF: Rui Nogueira quer ver «reanimada» a reforma dos CSP

O 19.º Congresso Nacional de Medicina Geral e Familiar foi “um sucesso, superou as expectativas”, sublinhou, no domingo, Rui Nogueira, o presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), na cerimónia de encerramento do evento, que juntou em Viseu mais de 700 médicos de família e internos da especialidade. Aquele responsável manifestou ainda o desejo de ver “reanimada” a reforma dos cuidados de saúde primários.

Mais de 630 trabalhos científicos submetidos para apreciação, entre os quais cerca de 250 comunicações orais, mais de 700 participantes provenientes de todo o país e sete salas cheias com conferências, palestras e workshops. Foi este o ambiente de “dinamismo” que Rui Nogueira realçou no final do 19.º Congresso Nacional da especialidade, que decorreu no Instituto Politécnico de Viseu, de 25 a 27 de setembro, e que serviu também de palco ao 14.º Encontro Nacional de Internos e Jovens Médicos de Família.



Por isso, referiu que este foi também um congresso da “esperança” e da “juventude”. Uma esperança no futuro que traz igualmente, segundo confessou, alguma “preocupação”. Já a pensar no 33.º Encontro Nacional da APMGF, que se realiza em março, no Estoril, subordinado ao tema “MGF 20-20, Um Futuro, uma Odisseia…”, Rui Nogueira, aproveitou para lembrar que é necessário “reanimar” a reforma dos cuidados de saúde primários. Aos “novos políticos” que vão sair das eleições legislativas renovou também o pedido de criação de medidas que diminuam os ingressos nas faculdades de Medicina.

Estes e outros problemas que afetam a especialidade – entre os quais o da carreira médica e o aumento do número de utentes por médico de família – foram, aliás, preocupações transversais aos discursos da sessão de encerramento.



Mário Moura, presidente honorário da APMGF, pediu “mobilização” por parte dos médicos na defesa do Sistema Nacional de Saúde (SNS).

Carlos Cortes, presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, em representação do bastonário, apelou no mesmo sentido e enalteceu o “altruísmo” e a entrega dos médicos de família à profissão, que estão na “linha da frente” a trabalhar, em muitos casos, sem meios.

À hipertensão, à diabetes ou às doenças respiratórias, que habitualmente integram os programas científicos dos congressos da APMGF, juntou-se, este ano, com particular destaque, o tema da prevenção quaternária. A ideia de que deve ser evitado o sobrediagnóstico e o sobretratamento dos doentes inspirou o congresso, porque “por excesso também se erra”, conforme explicou Lino Ministro, presidente da comissão científica do congresso.



As conferências de abertura e de encerramento ancoraram um tema que tem vindo a preocupar, cada vez mais, os médicos de família. David Marçal, doutorado em Bioquímica pela Universidade Nova de Lisboa, falou, no arranque do congresso, sobre "Pseudociência", abarcando as atividades não médicas que “iludem” os doentes. No final, o médico de família e professor universitário Carlos Martins sublinhou que o excesso de exames deve ser encarado como “um fator de risco”, numa palestra intitulada “A saúde do doente será a minha primeira preocupação”.





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