Alberto Galvão-Teles diz que poucos homens pedem ajuda para problemas sexuais
“Ainda há poucos homens a pedir ajuda por causa de problemas sexuais que podem estar associados à andropausa.” As palavras são de Alberto Galvão-Teles, diretor do 32.º curso pós-graduado de Endocrinologia, promovido pelo NEDO - Núcleo de Endocrinologia, Diabetes e Obesidade (NEDO). A formação decorreu desta vez em Tomar, no Hotel dos Templários.
Um dos temas abordados foi “Endocrinologia do homem e da mulher” e a questão da andropausa. “Os homens ainda sentem constrangimento em pedir ajuda, além disso, a descida dos valores de testosterona vai acontecendo aos poucos, entre os 40 e os 70 anos, o que atrasa a ida a um médico.”
No curso, destinado, sobretudo, a médicos de Medicina Geral e Familiar e de Medicina Interna, abordaram-se ainda outras temáticas, como diabetes, obesidade e problemas da tiroide.
Manuela Ambrósio, responsável pela Comissão Organizadora do evento e médica na USF Locomotiva, salientou a importância da realização destes eventos formativos fora dos grandes centros urbanos. “Foi muito fácil convencer as pessoas a estarem presentes, porque na região não é habitual ter-se acesso a estas formações e, além disso, a presença de uma figura reconhecida, como é o Prof. Galvão-Teles, atrai formandos.”
Questionada sobre os desafios da Endocrinologia naquela zona do país, Manuela Ambrósio referiu a falta de um serviço de Endocrinologia no Centro Hospitalar Médio Tejo e a dificuldade de realização de certos exames, “o que obriga os doentes a deslocarem-se a Lisboa ou a Coimbra”. A situação agrava-se ainda mais, já que “nem todos têm capacidade financeira para o fazer”.
O 32.º Curso teve o patrocínio científico da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, da Ordem dos Médicos, da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM) e da Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade (SPEO).