Apostar na Geriatria «mesmo quando não existe uma consulta específica»
"Mesmo sem uma consulta específica de Geriatria é possível dar resposta aos cuidados particulares dos doentes geriátricos". A convicção é de Sérgio Coimbra, internista e com competência em Geriatria, que foi responsável pela realização do 1.º Simpósio de Geriatria – “A Olhar o Futuro” do Hospital Lusíadas Porto.
Sérgio Coimbra refere que “a Geriatria exige uma medicina integrada, que envolve os mais diversos grupos profissionais, como médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, assistentes sociais”.
Nesse sentido, revela à Just News que a decisão de levar a cabo este primeiro simpósio teve como principal objetivo “alertar os colegas das diversas áreas para a importância de todos trabalharmos em equipa com estes doentes", sublinhando: "Não devem apenas ser observados pelo médico internista com competência em Geriatria".
Na sua opinião, "com a colaboração de todos", acredita que é possível prestar excelentes cuidados de saúde "mesmo sem uma Consulta de Geriatria".
E acrescenta: “No Hospital Lusíadas Porto, por exemplo, somos dois internistas com a competência em Geriatria e nas consultas aplicamos a avaliação geriátrica global, contando sempre com o apoio de todos os colegas.”
O 1.º Simpósio de Geriatria do Hospital Lusíadas Porto realizou-se no final de fevereiro
"Não se pode descurar a componente formativa"
O médico faz questão de recordar que “a Geriatria tem por base uma avaliação física, psicológica, nutricional e social, o que implica uma intervenção diagnóstica e terapêutica multi e interdisciplinar”.
Desta forma, para Sérgio Coimbra, não há qualquer dúvida quanto à importância de se organizarem este tipo de eventos, "para se apostar na comunicação e formação". Tratando-se da primeira edição, e relembrando "a sala cheia e o interesse demonstrado pelos participantes nas várias temáticas abordadas", é com evidente satisfação que faz um balanço “muito positivo”.
O especialista faz questão de reforçar a ideia de que "não se pode descurar a componente formativa", uma vez que, "com o envelhecimento da população, todos os profissionais de saúde têm de lidar com as particularidades dos mais idosos, sendo alguns geriátricos".
Sérgio Coimbra
"Basta ser uma competência"
Questionado sobre o avanço da Geriatria nos últimos anos reconhece que, apesar das dificuldades, “muitos passos têm sido dados, existindo atualmente mais eventos e respostas”.
Quanto à ideia de ser criada a especialidade de Geriatria, é perentório: “Na minha opinião, basta ser uma competência, através da qual os cuidados assistenciais diferenciados, que são absolutamente indispensáveis para a medicina geriátrica, são apreendidos para se possa praticar uma medicina integrada, envolvendo os vários grupos profissionais.”