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Beatriz Craveiro Lopes homenageada quando prepara aposentação do SNS

Após 28 anos no Hospital Garcia de Orta (HGO), 26 dos quais dedicados ao entretanto denominado Centro Multidisciplinar de Dor (CMD), do qual é fundadora e diretora, Beatriz Craveiro Lopes vai aposentar-se do Serviço Nacional de Saúde (SNS). O anúncio foi feito pela médica nas 26.as Jornadas Dor do HGO e 17.º Convénio ASTOR-Associação para o Desenvolvimento da Terapia de Dor, reunião que teve lugar na última sexta-feira.


Paula Breia, Beatriz Craveiro Lopes e Daniel Ferro

"Um verdadeiro estudo de caso"

Na mesma sessão, Daniel Ferro, presidente do Conselho de Administração do HGO, fez questão de fazer uma homenagem “sentida e muito merecida” a Beatriz Craveiro Lopes, com quem referiu ter tido o “privilégio” de trabalhar ao longo de 12 anos, enquanto gestor, afirmando ser uma pessoa que admira não só a nível profissional como pessoal.

Para aquele responsável, que também está de saída do HGO, para assumir funções similares no Centro Hospitalar e Universitário de Lisboa Norte, o CMD, anteriormente designado por Unidade de Dor, “é um projeto sustentável que, pela forma como nasceu, se desenvolveu e consolidou, constitui um verdadeiro estudo de caso”.

Uma paixão que "contagia a equipa"

Na ótica de Daniel Ferro, a "visão que Beatriz Craveiro Lopes teve, desde o início, relativamente a este projeto foi um dos aspetos que tornou possível a sua concretização, tendo sido fundamental nunca ter desistido do seu objetivo". Por outro lado, "também a paixão esteve sempre presente ao longo dos anos". No seu entender, um projeto que é desenvolvido com este sentimento "tem a capacidade de contagiar a equipa".



Outro dos ingredientes "foi a resiliência”. De acordo com Daniel Ferro, "num projeto é importante que líder e equipa mantenham o foco sempre presente e não se desviem, independentemente do que ocorra ao longo do percurso".

O presidente do CA do HGO apontou, ainda, a “inovação” como um aspeto fundamental para o desenvolvimento de um projeto com as características do CMD, que “necessita de se alimentar com coisas sucessivamente novas”.

A maior homenagem "é continuar este grande projeto"

Por último, o responsável fez referência à questão da organização que, no caso do CMD, considera “perfeita”. E concluiu: “A equipa do CMD tem a força necessária para continuar este grande projeto. Espero bem que isso aconteça porque essa será a maior homenagem à Dr.ª Beatriz Craveiro Lopes, que fez com um aparente pequeno projeto um grande trabalho.”

As palavras de Daniel Ferro foram subscritas por Paula Breia, diretora clínica do HGO, também em final de mandato, que comentou: “Foi fácil trabalhar com esta equipa e contornar os problemas.”


Beatriz Craveiro Lopes, Paula Breia, Daniel Ferro, Ana Pedro, Rosa Fragoso e Manuel Pedro Silva

Beatriz Craveiro Lopes aproveitou a ocasião para agradecer a colaboração que as várias equipas deram ao longo dos anos e salientou: “Espero que o testemunho seja bem passado e que tudo seja muito melhor no futuro com as gerações mais novas.”

A anestesiologista partilhou ainda a preocupação relativamente à necessidade de tratar a dor não só do ponto de vista físico, mas também cognitivo, emocional e comportamental.
Embora de saída do hospital, a médica não vai “fechar a porta”, continuando a colaborar com o Centro Multidisciplinar de Dor.

Convénio ASTOR: "ícone nacional"

Ao usar da palavra, Ana Pedro, presidente da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED), deu os parabéns pela organização de mais um evento, que classificou como “ícone nacional” na partilha de inovação na área da dor.


Elementos da Comissão Organizadora

Por sua vez, o presidente da ASTOR, Manuel Pedro Silva, lembrou que a Associação, sem fins lucrativos, é constituída pelos profissionais que lidam particularmente com a dor no HGO e tem por objetivo “apoiar a formação e diferenciação de quem trabalha no hospital”.



Relativamente ao programa, o anestesiologista do CMD do HGO salientou, entre os vários momentos, uma sessão intitulada “O avesso e o direito no doente oncológico” e a exposição “O avesso e o direito”, da autoria de João Santana Lopes, psicólogo clínico do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e fotógrafo.

Destacou, ainda, a realização de dois workshops, um sobre “Técnicas não farmacológicas no controlo da dor” e outro sobre “Uso de Poemas em Psicodança e Psicodrama”.



Colaboração do IPO Porto

Como é tradicional, o evento realiza-se anualmente na última sexta-feira de janeiro, contando, por norma, desde há 16 anos, ano sim ano não, com a colaboração de uma unidade de dor na organização das Jornadas e para mostrar o trabalho que desenvolve. Este ano, foi convidado o IPO-Porto.


Duas unidades, a mesma dedicação na luta contra a dor: Beatriz Craveiro Lopes e Rosa Fragoso

Rosa Fragoso, oncologista e coordenadora da Unidade de Estudo e Tratamento da Dor do IPO-Porto, agradeceu o “desafio de poder participar na organização do evento”, realçando o contributo de todos os que colaboraram no programa.

À sessão de abertura seguiu-se uma conferência proferida por Alexandre Quintanilha, professor universitário, investigador e deputado, moderada precisamente por Rosa Fragoso, centrada no tema “O conhecimento na construção da democracia”.


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