Unidades de Ortopedia Geriátrica «podem prevenir a morte de muitos idosos»

A criação de unidades de Ortopedia Geriátrica deve ser uma das principais soluções para dar resposta às fraturas que afetam os idosos, segundo Carlos Evangelista, coordenador do Grupo de Estudo de Ortopedia Geriátrica (GEOG) da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (SPOT). O responsável falou à Just News na sequência da apresentação da campanha “Não caia nisso”, da SPOT, que visa prevenir as quedas nos idosos.



Carlos Evangelista não tem dúvidas: “A criação de unidades geriátricas que deem resposta aos traumas decorrentes de quedas pode prevenir a morte de muitos idosos que, após uma queda, fazem uma fratura proximal da anca, que apresenta um risco muito elevado de mortalidade.”

Para o médico ortopedista, estas unidades de Ortopedia Geriátrica permitem uma resposta multidisciplinar e mais célere. “As várias especialidades conseguem olhar para o doente no seu todo, não se focando apenas na fratura, permitindo assim que a cirurgia, ao ser necessária, seja realizada no tempo adequado ao mesmo tempo que se aposta na reintrodução da pessoa na sociedade”, observa.



Como acrescentou, “não se gasta dinheiro com a Geriatria, pelo contrário, investe-se no futuro, porque ao dar-se uma resposta adequada e atempada está-se a evitar a morte e a incapacidade, que obriga os idosos a ficarem, por vezes, acamados”.  

Carlos Evangelista relembrou que “a fratura proximal do fémur é uma das principais causas de morte em idosos, além de ser bastante onerosa para o Estado”.

A par de uma maior aposta no tratamento é preciso também prevenir as quedas. “Com esta campanha pretende-se informar a população sobre medidas muito concretas e simples que podem fazer a diferença, daí haver 400 mil exemplares da revista ‘Não caia nisso – Prevenir para não cair’ a serem distribuídos nos media", referiu o médico.



Entre as várias medidas que devem ser tomadas para evitar as quedas estão o uso de tapetes antiderrapantes na banheira, o uso de uma luz de presença no quarto, o uso de gel de banho em vez de sabão, ter um telefone por perto, bancos e outros objetos arrumados, evitar tapetes e carpetes ao lado da cama, entre outras. Alerta-se ainda para a importância da caminhada, da exposição ao sol e de uma boa alimentação.

Mais do que uma fratura, "pode ser uma certidão de óbito"

Na apresentação da campanha “Não caia nisso”, Fernando Fonseca, o presidente da SPOT, informou ainda que, além desta revista, estarão disponíveis folhetos nos CTT. “Queremos chegar aos idosos que vão buscar a sua reforma aos correios e também aos cuidadores.”


Carlos Evangelista, Jorge Mineiro e Fernando Fonseca 

O responsável sublinhou que “pode não ser uma simples fratura, mas sim uma certidão de óbito”. Continuando, realçou que há “muitos idosos a chegar aos hospitais com quedas que poderiam ser evitadas com medidas muito simples”.

O mesmo frisou Jorge Mineiro, responsável pelas campanhas públicas da SPOT: "Com o envelhecimento da população vamos assistir, nos próximos anos, a um aumento do número de quedas em pessoas idosas, com multimorbilidades, logo, é preciso apostar na prevenção."


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